São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PC orienta seleção de futsal com linha dura

Treinador, que teve só uma derrota em 114 jogos, evita exposição exagerada

Ex-volante do Guarani deixa astro Falcão no banco e tem fama de intransigente, mas é reverenciado pela equipe, que pega Cuba no Mundial


MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Já classificada para a segunda fase do Mundial, a seleção brasileira de futsal disputa hoje, às 10h30, contra Cuba, sua 115ª partida sob o comando de Paulo César de Oliveira, o PC.
O técnico, que tenta conduzir o país à retomada da hegemonia perdida para a Espanha nos dois últimos Mundiais, apresenta retrospecto irrepreensível. PC, que assumiu em junho de 2005, sofreu só uma derrota e um empate em 114 partidas. São 98 jogos de invencibilidade.
A única derrota do técnico foi contra o maior rival. Em um amistoso em Goiânia, em 2005, a Espanha venceu por 1 a 0.
"Estatística é dado bom só para o currículo. Mas, no futuro, eu serei julgado pelo resultado final do Mundial, e não pelo currículo", diz PC, 48, reverenciado por atletas e comissão técnica, apesar de ser visto como treinador linha-dura.
"Ele é uma pessoa difícil de lidar. Mas, para mim, isso é qualidade. Até agora, só ganhamos jogos com ele", diz o supervisor da seleção, Reinaldo Simões, que trabalha ao lado de PC há nove anos. "Ele é o melhor treinador do mundo. Mas as coisas têm de ser do jeito dele. Não tem negociação."
Organização, controle de vaidades, foco na evolução do sistema defensivo e conhecimento tático privilegiado são as qualidades apontadas pelos atletas para descrever o chefe.
Ao assumir a seleção, PC começou a montar comissão técnica invejável no futsal brasileiro. Hoje, é auxiliado por 14 profissionais. Além disso, o treinador, ex-volante do Guarani e fã de Luiz Felipe Scolari, criou regras para evitar perda de foco. Nada de exposição. Antes de jogos difíceis, o treino é fechado.
"Antes, atletas tinham de sair após o treino para compromissos com patrocinadores. Hoje, não tem isso. O PC é linha-dura e extremamente organizado", diz o fixo Schumacher. "Mas fora de quadra é brincalhão."
Outro mérito de PC foi ter dado consistência defensiva ao time. Segundo Simões, a inspiração tática foi herdada do futebol americano e do basquete.
"Ele cobra empenho tático e marcação, diferenciais das outras seleções nos últimos Mundiais. Agora, a gente consegue se igualar nesses aspectos. Sabemos que, na parte ofensiva e na habilidade, o Brasil sobressai", diz o astro Falcão, que tem iniciado os jogos no banco.

NA TV - Brasil x Cuba
Band, Globo e Sportv, às 10h30



Texto Anterior: Itália usa brasileiro contra o racismo
Próximo Texto: Único campeonato de Cuba dura apenas 15 dias
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.