São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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Kaká diz não ser o salvador da pátria

De volta à seleção após quase um ano, meia-atacante, o melhor do mundo em 2007, quer dividir responsabilidades

Time de Dunga, vice-líder das eliminatórias, mas com futebol em baixa, inicia treinos para jogos contra Venezuela e Colômbia


SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

De volta à seleção brasileira, o meia-atacante Kaká disse ontem que não quer ser visto como "o salvador da pátria".
Fora do time em 2008 por causa de contusões, o jogador do Milan é a principal atração na Granja Comary e poderá ser confirmado no treino de hoje na partida contra a Venezuela, no domingo, em San Cristobal, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010.
Ele deverá ser escalado por Dunga no primeiro coletivo no lugar de Ronaldinho, afastado pelo treinador para recuperar a forma física em Milão.
"Não é só minha a responsabilidade. Não sou o salvador da pátria. Vou tentar ajudar o time nos meus limites", disse o jogador do Milan, que disputou a última partida pela equipe nacional em novembro de 2007.
A seleção precisa vencer a Venezuela para se aproximar do Paraguai, líder das eliminatórias, e acalmar as críticas em relação ao trabalho de Dunga.
No mês passado, o time protagonizou um vexame ao empatar com a Bolívia, por 0 a 0, no Engenhão. Os bolivianos tiveram um jogador expulso no início do segundo tempo e conseguiram segurar o resultado.
Apesar das atuações irregulares da equipe, a seleção está em segundo lugar nas eliminatórias, com 13 pontos -o Paraguai tem 17. Os quatro primeiros colocados se classificam para o Mundial da África do Sul.
"'O time voltar a jogar bem é uma questão de continuidade, e temos condições de vencer os próximos confrontos", afirmou Kaká, que aproveitou o retorno ao time nacional para defender a permanência de Dunga.
O meia-atacante foi alvo de críticas do treinador em maio, quando passou por uma artroscopia no joelho. A cirurgia gerou uma crise na seleção que culminou no afastamento do médico José Luiz Runco. Ele autorizara a artroscopia.
A decisão do jogador irritou Dunga. Ele pretendia contar com Kaká em dois amistosos nos Estados Unidos e nos confrontos da seleção nas eliminatórias, em junho. O treinador chegou a admitir disputar o Mundial de 2010 sem o craque.
"Liguei, esclareci e expliquei as razões pelas quais não podia atender as convocações. Iremos conversar ainda sobre esse assunto pessoalmente e acredito que tudo será esclarecido", disse o jogador do Milan.
Já Dunga declarou ontem que não pretende conversar reservadamente com o meia-atacante. "'Só espero que o Kaká seja o Kaká. Não tenho motivo para falar especialmente com ele", afirmou o treinador.
Apesar da recepção fria do chefe, o melhor do mundo de 2007 disse que estava com "saudade do clima da seleção". "Espero passar toda a minha alegria em campo", definiu.


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