São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

Barrichellos

MASSA DISSE que não disse que não pretende ser tornar um "segundo Barrichello".
E é óbvio que não tenha dito. Pela amizade que tem com o veterano, pela noção do impacto de uma declaração assim, por estar sentindo na pele o que seu antecessor na Ferrari sofreu.
Mas merece reflexão a forçada de barra da "Sport Bild". A jornalista alemã errou, exagerou, distorceu. Mas não escolheu o título da entrevista por acaso.
Ao bater o olho no enunciado "Massa diz que não quer ser um segundo Barrichello", todo mundo entendeu o recado. Ou não?
"Barrichello", não só no Brasil, tornou-se um case. Um adjetivo. Um sinônimo para segundo piloto, para subserviência, para obediência sem reclamações e ainda com direito a sorrisos. Comparação da qual atletas competitivos buscam fugir. É automático.
Injusto com Barrichello? Se analisado o conjunto da obra, sim. Ele fez milagres com a Jordan e com a Stewart e é uma das explicações para o renascimento da Williams nesta temporada. É o piloto com mais GPs na história, conseguiu 11 vitórias, 14 poles, 68 pódios...
Mas quem disse que rótulos são justos? Dunga não era tão cabeça de bagre quanto a fama quer fazer crer. Ou será que Gérson gosta de ver o nome associado a tão avacalhada "lei"?
O que grudou foram seus anos de Ferrari. Foram seus discursos otimistas seguidos de vitórias avassaladoras do companheiro. Foi a história do "brasileirinho lutando contra esse mundo todo". E foi, principalmente, a marmelada de Zeltweg.
Não tivesse acontecido, Massa talvez seria o premiado pelo rótulo após Hockenheim. Seria ele o adjetivo. Até porque sua carreira ruma cada vez mais para o caminho percorrido pelo antecessor. Tenha ele dito a frase para a revista ou não.

F-1
DISCURSOS

Dependendo do que acontecer em Suzuka, vai ser interessante acompanhar o comportamento de Red Bull e McLaren nas próximas semanas. São dois times que, nos discursos, repelem o jogo de equipe, a preferência a um piloto, a ordem pelo rádio. Mas, se Vettel ou Button forem mal e se Alonso conseguir outro bom resultado, talvez vejamos aquela história do "esqueçam o que escrevi". Compreensível nesta altura do Mundial, diga-se.

INDY
TREMEDEIRA

E Power sucumbiu à pressão. Errou a 65 voltas do fim do campeonato, tocou o muro, danificou a suspensão, entregou o título para Franchitti. Acontece com grandes pilotos, Hamilton que o diga. Da temporada 2010 da Indy, ficam a confusão da abertura em São Paulo, a vitória de Franchitti em Indianápolis, o brilho do australiano nos mistos. E o sabor amargo de Kanaan, com 2011 indefinido. Mas uma vaga (ou um patrocinador) deve aparecer.


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