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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas
Barrichellos
MASSA DISSE que não disse
que não pretende ser tornar
um "segundo Barrichello".
E é óbvio que não tenha
dito. Pela amizade que tem
com o veterano, pela noção
do impacto de uma declaração assim, por estar sentindo na pele o que seu antecessor na Ferrari sofreu.
Mas merece reflexão a
forçada de barra da "Sport
Bild". A jornalista alemã errou, exagerou, distorceu.
Mas não escolheu o título
da entrevista por acaso.
Ao bater o olho no enunciado "Massa diz que não
quer ser um segundo Barrichello", todo mundo entendeu o recado. Ou não?
"Barrichello", não só no
Brasil, tornou-se um case.
Um adjetivo. Um sinônimo
para segundo piloto, para
subserviência, para obediência sem reclamações e
ainda com direito a sorrisos. Comparação da qual
atletas competitivos buscam fugir. É automático.
Injusto com Barrichello?
Se analisado o conjunto da
obra, sim. Ele fez milagres
com a Jordan e com a Stewart e é uma das explicações para o renascimento
da Williams nesta temporada. É o piloto com mais GPs
na história, conseguiu 11 vitórias, 14 poles, 68 pódios...
Mas quem disse que rótulos são justos? Dunga não
era tão cabeça de bagre
quanto a fama quer fazer
crer. Ou será que Gérson
gosta de ver o nome associado a tão avacalhada "lei"?
O que grudou foram seus
anos de Ferrari. Foram seus
discursos otimistas seguidos de vitórias avassaladoras do companheiro. Foi a
história do "brasileirinho lutando contra esse mundo todo". E foi, principalmente, a
marmelada de Zeltweg.
Não tivesse acontecido,
Massa talvez seria o premiado pelo rótulo após Hockenheim. Seria ele o adjetivo.
Até porque sua carreira ruma cada vez mais para o caminho percorrido pelo antecessor. Tenha ele dito a frase para a revista ou não.
F-1
DISCURSOS
Dependendo do que acontecer em Suzuka, vai ser interessante acompanhar o comportamento de Red Bull e
McLaren nas próximas semanas. São dois times que,
nos discursos, repelem o jogo de equipe, a preferência a
um piloto, a ordem pelo rádio. Mas, se Vettel ou Button
forem mal e se Alonso conseguir outro bom resultado,
talvez vejamos aquela história do "esqueçam o que escrevi". Compreensível nesta
altura do Mundial, diga-se.
INDY
TREMEDEIRA
E Power sucumbiu à pressão.
Errou a 65 voltas do fim do
campeonato, tocou o muro,
danificou a suspensão, entregou o título para Franchitti.
Acontece com grandes pilotos, Hamilton que o diga. Da
temporada 2010 da Indy, ficam a confusão da abertura
em São Paulo, a vitória de
Franchitti em Indianápolis, o
brilho do australiano nos
mistos. E o sabor amargo de
Kanaan, com 2011 indefinido. Mas uma vaga (ou um patrocinador) deve aparecer.
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