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Correria
Intervalo curto entre GPs obriga times a correrem para desmontar circo em Interlagos, cancelarem festa e viajarem sem descanso
CAROLINA ARAÚJO
DE SÃO PAULO
Eram 14h16, e o GP Brasil
havia começado só 13 minutos antes. Nos paddocks de
Interlagos, porém, funcionários da Virgin já desmontavam os boxes da equipe.
Ao mesmo tempo, um carrinho da Toro Rosso trazia
compartimentos de metal,
rapidamente enchidos com
equipamentos do time.
Às 14h30, as três mesas do
restaurante improvisado da
Force India haviam desaparecido. A placa que indicava
a entrada dos boxes da Renault, também. Até as catracas que controlavam o acesso à área dos paddocks já tinham sido retiradas.
Enquanto Sebastian Vettel
cruzava a linha de chegada
em primeiro lugar, às 15h17,
funcionários da McLaren enchiam grandes caixas de metal com objetos diversos, de
cadeiras a uma geladeira.
Uma hora após o fim da
corrida, as pilhas de caixas
eram os maiores vestígios de
que as equipes ergueram ali,
por cinco dias, seu quartel-
-general em Interlagos.
Não dava tempo de esperar a bandeirada final. Todos
tinham de correr, têm apenas
uma semana de intervalo entre o GP Brasil e o de Abu
Dhabi, no próximo domingo.
A tradicional noite de festas das equipes da F-1 após a
prova paulistana teve de ser
adiada para 2011.
No lugar das celebrações,
o que se viu foi correria para
desmontar e empacotar toda
a estrutura armada em Interlagos -cerca de 30 toneladas
por equipe- e embarcá-la
para os Emirados Árabes.
E não apenas os equipamentos deixaram São Paulo
logo após o fim do GP. A
maior parte dos membros
das equipes também saiu do
Brasil entre a noite de ontem
e a madrugada de hoje.
"Tentamos dar opção,
mas, desta vez, ninguém vai
descansar. É desmontar tudo, ir para o hotel, tomar banho e correr para o aeroporto", disse Geoff Simmonds,
coordenador da Renault.
Neste ano, outras duas
provas foram realizadas em
dois fins de semana consecutivos: Austrália (28 de março)
e Malásia (4 de abril), e Alemanha (25 de julho) e Hungria (1º de agosto).
Mas, nos dois casos, as distâncias entre as cidades que
abrigaram as disputas eram
muito menores do que a que
separa São Paulo de Abu
Dhabi -12.103 km. Os voos
duram cerca de 14 horas.
"O problema nem é de custo, que não é diferente do que
gastamos em outras viagens.
O problema mesmo é o tempo escasso", disse Massimo
Balocchi, responsável pela
logística da Ferrari.
"Também tivemos pouco
tempo para ir de Barcelona
para Mônaco. Foi difícil, mas
desta vez é mais porque a viagem é muito longa", concordou Simon Roberts, diretor
operacional da McLaren,
que, há três meses, começou
a planejar a estratégia do time para chegar a Abu Dhabi.
"As equipes ficam sabendo do calendário muito tempo antes. Por isso, tivemos
tempo para planejar esta viagem", explicou Simmonds.
O plano das escuderias é
que, na quarta de manhã, os
funcionários já estejam
trabalhando na montagem
de boxes e paddocks.
Mas a restrita quantidade
de voos para Abu Dhabi foi
apontada como um dos obstáculos para que esse cronograma seja cumprido.
Paul Singlehurst, coordenador da Williams, disse que
a maior parte dos mecânicos
iria na madrugada de hoje
para Doha, outro dos Emirados, porque não havia mais
lugares em voos diretos.
A viagem entre Doha e o
circuito de Yas Marina está
prevista para amanhã.
Para acelerar o trabalho, a
Virgin também enviou para
Abu Dhabi funcionários de
sua base no Reino Unido.
São eles que irão receber
os primeiros caminhões com
os equipamentos, até que os
trabalhadores que estiveram
na corrida em São Paulo
desembarquem.
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