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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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DOPING

Federação de atletismo do país espera aval para radicalizar punição por uso de esteróides, que hoje é de 2 anos

EUA aprovam pena para banir atletas logo no 1º flagra

DA REPORTAGEM LOCAL

Atletas norte-americanos que forem flagrados pela primeira vez pelo uso de esteróides anabólicos serão banidos do esporte.
A punição, aprovada ontem pela Federação de Atletismo dos EUA com apenas um voto contrário, é a cereja no bolo da reação da entidade aos seguidos escândalos de doping neste ano.
A USATF havia anunciado em outubro um programa de "tolerância zero" para combater a disseminação de esteróides anabólicos. A iniciativa engloba punição severa dos casos, campanhas educativas para os atletas e realização de exames mais rigorosos.
A suspensão dos atletas e até de seus técnicos pelo resto da vida, no entanto, ainda terá de superar algumas barreiras legais.
Além de precisar do aval da Associação das Federações Internacionais de Atletismo, a pena não pode ferir o código que rege os esportes amadores nos EUA.
Segundo o texto, nenhuma federação esportiva do país pode impor sanção mais severa do que a de seu superior internacional.
O Código Mundial Antidoping, seguido pela Iaaf, só prevê pena de dois anos para o primeiro flagra com esteróides anabólicos.
"Se a Iaaf nos der permissão amanhã [hoje], o banimento dos atletas poderá entrar em vigor imediatamente", afirmou o presidente da USATF, Bill Roe.
O diretor-executivo, Craig Masback, afirmou que a entidade irá trabalhar em parceria com o comitê olímpico e o Congresso dos EUA para mudar a legislação.
Com a Iaaf, o USATF quer conseguir a alteração na redação do código, que passaria a prever, para o primeiro flagra, pena de dois anos a até o banimento.
Por causa das brechas legais, os norte-americanos não têm ainda o apoio da Agência Mundial Antidoping. A entidade teme que ocorra uma onda de recursos de atletas banidos do esporte.
O movimento que culminou com a radicalização da USATF teve início com a série de escândalos revelados neste ano.
Em abril, Wade Exum, diretor de controle de drogas do Usoc de 1991 a 2000, revelou à revista "Sports Illustrated" que cerca de cem atletas dos EUA foram a uma Olimpíada mesmo após terem sido flagrados em antidopings. Entre eles estava Carl Lewis, maior nome do atletismo do país.
Após o Mundial de Paris, em agosto, o jornal "Los Angeles Times" revelou que o velocista dos EUA Jerome Young competiu em Sydney-2000 mesmo após ter testado positivo para nandrolona.
Mas caso mais grave foi a descoberta do THG, um novo esteróide anabólico até então não detectado nos testes. Por causa da nova droga, foram realizados novos exames em amostras de urina guardadas após os Mundiais de Atletismo e Natação de 2003. Nas pistas, apareceram dois casos.
Os atletas que estiveram nos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002, também terão "recall".
O caso mais notório até agora é o do britânico Dwain Chambers, recordista europeu dos 100 m rasos, que admitiu o uso de THG.


Com agências internacionais



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