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DOPING
Federação de atletismo do país espera aval para radicalizar punição por uso de esteróides, que hoje é de 2 anos
EUA aprovam pena para banir atletas logo no 1º flagra
DA REPORTAGEM LOCAL
Atletas norte-americanos que
forem flagrados pela primeira vez
pelo uso de esteróides anabólicos
serão banidos do esporte.
A punição, aprovada ontem pela Federação de Atletismo dos
EUA com apenas um voto contrário, é a cereja no bolo da reação da
entidade aos seguidos escândalos
de doping neste ano.
A USATF havia anunciado em
outubro um programa de "tolerância zero" para combater a disseminação de esteróides anabólicos. A iniciativa engloba punição
severa dos casos, campanhas educativas para os atletas e realização
de exames mais rigorosos.
A suspensão dos atletas e até de
seus técnicos pelo resto da vida,
no entanto, ainda terá de superar
algumas barreiras legais.
Além de precisar do aval da Associação das Federações Internacionais de Atletismo, a pena não
pode ferir o código que rege os esportes amadores nos EUA.
Segundo o texto, nenhuma federação esportiva do país pode
impor sanção mais severa do que
a de seu superior internacional.
O Código Mundial Antidoping,
seguido pela Iaaf, só prevê pena
de dois anos para o primeiro flagra com esteróides anabólicos.
"Se a Iaaf nos der permissão
amanhã [hoje], o banimento dos
atletas poderá entrar em vigor
imediatamente", afirmou o presidente da USATF, Bill Roe.
O diretor-executivo, Craig Masback, afirmou que a entidade irá
trabalhar em parceria com o comitê olímpico e o Congresso dos
EUA para mudar a legislação.
Com a Iaaf, o USATF quer conseguir a alteração na redação do
código, que passaria a prever, para o primeiro flagra, pena de dois
anos a até o banimento.
Por causa das brechas legais, os
norte-americanos não têm ainda
o apoio da Agência Mundial Antidoping. A entidade teme que
ocorra uma onda de recursos de
atletas banidos do esporte.
O movimento que culminou
com a radicalização da USATF teve início com a série de escândalos revelados neste ano.
Em abril, Wade Exum, diretor
de controle de drogas do Usoc de
1991 a 2000, revelou à revista
"Sports Illustrated" que cerca de
cem atletas dos EUA foram a uma
Olimpíada mesmo após terem sido flagrados em antidopings. Entre eles estava Carl Lewis, maior
nome do atletismo do país.
Após o Mundial de Paris, em
agosto, o jornal "Los Angeles Times" revelou que o velocista dos
EUA Jerome Young competiu em
Sydney-2000 mesmo após ter testado positivo para nandrolona.
Mas caso mais grave foi a descoberta do THG, um novo esteróide
anabólico até então não detectado
nos testes. Por causa da nova droga, foram realizados novos exames em amostras de urina guardadas após os Mundiais de Atletismo e Natação de 2003. Nas pistas, apareceram dois casos.
Os atletas que estiveram nos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002, também terão "recall".
O caso mais notório até agora é
o do britânico Dwain Chambers,
recordista europeu dos 100 m rasos, que admitiu o uso de THG.
Com agências internacionais
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