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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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VÔLEI

De olho na Superliga

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Faltam oito meses e cinco dias para os Jogos de Atenas, mas já dá para afirmar: na seleção masculina é improvável aparecer uma vaga para algum destaque da Superliga.
O grupo, campeão da Copa do Mundo, não deverá sofrer alterações. Talvez só aconteça uma disputa no meio-de-rede entre André Heller e Henrique.
No feminino, a seleção ainda tem algumas fragilidades, principalmente na saída de rede.
Uma atacante alta, forte e regular seria um belo presente de Papai Noel ao técnico José Roberto Guimarães. Acertando essa posição, o time vai ganhar mais equilíbrio e terá maiores chances para conquistar o ouro olímpico.
Pelo físico, as opções seriam Elisângela, 1,84 m, e Raquel, 1,91 m. São altas e fortes, mas tropeçam na irregularidade. É certo que na Copa do Mundo Raquel surpreendeu com um jogo sem tantas oscilações e fez grandes partidas. Na luta pela vaga também estão duas mais baixinhas, com 1,79 m: Leila e Bia.
Leila, que havia se despedido da seleção em Sydney, passou os últimos anos no vôlei de praia e agora está de volta à Superliga. Joga na Força Olímpica, uma equipe de Brasília sem estrelas e que já perdeu na estréia para o Rexona por 3 a 0. Será nesse time que Leila vai tentar traçar o percurso de volta à seleção.
Canhota e experiente, ela é a grande candidata à vaga de oposto. Com Leila, o time mantém as características "orientais" apresentadas na Copa do Mundo: um elenco não muito alto, mas veloz e com muito volume de jogo.
Vale lembrar que os dois grandes adversários da seleção nos Jogos Olímpicos têm times mais fortes fisicamente: China e Rússia, que ainda não está classificada, mas deverá confirmar a vaga no Pré-Olímpico da Europa. Ou seja, o Brasil vai ter de jogar com velocidade para superar o bloqueio dessas equipes.
E para jogar com velocidade é preciso bom passe. E pode aguardar a batalha de Fabi e Arlene, na Superliga, pela vaga de líbero. A vantagem é de Arlene, a melhor na Copa do Mundo. Além disso, em time que ganha não se mexe, ainda mais com um técnico supersticioso como Zé Roberto.
O certo é que a partir de agora todos os olhos estarão voltados para a Superliga, a maior competição de clubes de vôlei do país e a última antes da Olimpíada. São dez times no feminino. No masculino, o número é o mesmo, mas o dado é preocupante: nunca tão poucas equipes jogaram.
As taxas elevadas e a falta de ajuda financeira aos participantes torna a Superliga um torneio caro. A confederação brasileira precisa rever esses critérios e tornar a competição mais acessível. Quem perde é o vôlei: menos clubes significa redução de campo de trabalho e muito atleta sem jogar.
Uma dica: é bom ficar de olho em duas revelações da última Superliga. A central Fabiana, 18 anos e 1,93 m, e o ponteiro Roberto Minuzzi, 21 anos, 2,04 m e atual campeão brasileiro pela Ulbra. Eles têm o perfil físico que o Brasil está precisando, jogam bem e, se alguém bobear, podem ganhar espaço na seleção.

Pré-Olímpico 1
Por sorteio, foram definidas as chaves do Pré-Olímpico da Europa, que acontecerá entre 5 e 10 de janeiro. No torneio feminino, no Azerbaijão, o Grupo A reúne a seleção da casa, Alemanha, Polônia e Rússia. No Grupo B estão Bulgária, Itália, Holanda e Turquia. O campeonato masculino será realizado na Alemanha. Na chave A estão Bulgária, Polônia, Rússia e Alemanha. No Grupo B aparecem Finlândia, França, Holanda e Espanha.

Pré-Olímpico 2
Apenas o campeão assegura vaga nos Jogos de Atenas, em 2004. Das seleções não classificadas no torneio da Europa, apenas as duas mais bem colocadas no ranking da Federação Internacional de Vôlei terão uma nova chance no Pré-Olímpico do Japão, em maio.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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