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VÔLEI
De olho na Superliga
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Faltam oito meses e cinco
dias para os Jogos de Atenas,
mas já dá para afirmar: na seleção masculina é improvável aparecer uma vaga para algum destaque da Superliga.
O grupo, campeão da Copa do
Mundo, não deverá sofrer alterações. Talvez só aconteça uma disputa no meio-de-rede entre André Heller e Henrique.
No feminino, a seleção ainda
tem algumas fragilidades, principalmente na saída de rede.
Uma atacante alta, forte e regular seria um belo presente de Papai Noel ao técnico José Roberto
Guimarães. Acertando essa posição, o time vai ganhar mais equilíbrio e terá maiores chances para
conquistar o ouro olímpico.
Pelo físico, as opções seriam Elisângela, 1,84 m, e Raquel, 1,91 m.
São altas e fortes, mas tropeçam
na irregularidade. É certo que na
Copa do Mundo Raquel surpreendeu com um jogo sem tantas oscilações e fez grandes partidas. Na luta pela vaga também
estão duas mais baixinhas, com
1,79 m: Leila e Bia.
Leila, que havia se despedido da
seleção em Sydney, passou os últimos anos no vôlei de praia e agora está de volta à Superliga. Joga
na Força Olímpica, uma equipe
de Brasília sem estrelas e que já
perdeu na estréia para o Rexona
por 3 a 0. Será nesse time que Leila vai tentar traçar o percurso de
volta à seleção.
Canhota e experiente, ela é a
grande candidata à vaga de oposto. Com Leila, o time mantém as
características "orientais" apresentadas na Copa do Mundo: um
elenco não muito alto, mas veloz
e com muito volume de jogo.
Vale lembrar que os dois grandes adversários da seleção nos Jogos Olímpicos têm times mais fortes fisicamente: China e Rússia,
que ainda não está classificada,
mas deverá confirmar a vaga no
Pré-Olímpico da Europa. Ou seja,
o Brasil vai ter de jogar com velocidade para superar o bloqueio
dessas equipes.
E para jogar com velocidade é
preciso bom passe. E pode aguardar a batalha de Fabi e Arlene, na
Superliga, pela vaga de líbero. A
vantagem é de Arlene, a melhor
na Copa do Mundo. Além disso,
em time que ganha não se mexe,
ainda mais com um técnico supersticioso como Zé Roberto.
O certo é que a partir de agora
todos os olhos estarão voltados
para a Superliga, a maior competição de clubes de vôlei do país e a
última antes da Olimpíada. São
dez times no feminino. No masculino, o número é o mesmo, mas o
dado é preocupante: nunca tão
poucas equipes jogaram.
As taxas elevadas e a falta de
ajuda financeira aos participantes torna a Superliga um torneio
caro. A confederação brasileira
precisa rever esses critérios e tornar a competição mais acessível.
Quem perde é o vôlei: menos clubes significa redução de campo de
trabalho e muito atleta sem jogar.
Uma dica: é bom ficar de olho
em duas revelações da última Superliga. A central Fabiana, 18
anos e 1,93 m, e o ponteiro Roberto Minuzzi, 21 anos, 2,04 m e
atual campeão brasileiro pela Ulbra. Eles têm o perfil físico que o
Brasil está precisando, jogam
bem e, se alguém bobear, podem
ganhar espaço na seleção.
Pré-Olímpico 1
Por sorteio, foram definidas as chaves do Pré-Olímpico da Europa,
que acontecerá entre 5 e 10 de janeiro. No torneio feminino, no Azerbaijão, o Grupo A reúne a seleção da casa, Alemanha, Polônia e Rússia. No Grupo B estão Bulgária, Itália, Holanda e Turquia. O campeonato masculino será realizado na Alemanha. Na chave A estão Bulgária, Polônia, Rússia e Alemanha. No Grupo B aparecem Finlândia, França, Holanda e Espanha.
Pré-Olímpico 2
Apenas o campeão assegura vaga nos Jogos de Atenas, em 2004. Das
seleções não classificadas no torneio da Europa, apenas as duas mais
bem colocadas no ranking da Federação Internacional de Vôlei terão
uma nova chance no Pré-Olímpico do Japão, em maio.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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