São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Técnico e Pelé são amuletos em pleito

Marcelo Teixeira, atual presidente, e Paulo Schiff, da oposição, usam ícones na eleição do Santos, hoje

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os candidatos à presidência do Santos encontraram em dois ícones da história do clube apoio para suas campanhas.
Na eleição que acontece hoje, na Vila Belmiro, a partir das 10h, os associados escolherão o atual presidente, Marcelo Teixeira, líder da chapa Rumo Certo, que usou o técnico Vanderlei Luxemburgo como cabo eleitoral, ou optarão pelo concorrente Paulo Schiff, engenheiro e jornalista, que encabeça a chapa Santos Eterno e fala em tornar Pelé, astro máximo da história do clube do litoral, presidente de honra.
Com o atleta do século 20 ao seu lado, Schiff vê a marca Santos mais forte no Brasil e, principalmente, no exterior. Pelé, no entanto, ainda não se manifestou sobre as eleições.
"Gostaríamos que cada partida na Vila em que o Pelé estivesse fosse um acontecimento. É como se fosse a troca da guarda da rainha", explicou à Folha, por telefone, Schiff, que tenta pela segunda vez bater Teixeira nas eleições alvinegras -perdeu em 2005.
Pelo lado da situação, o apoio declarado de Luxemburgo é visto como grande trunfo.
Em 2006, o treinador foi o responsável pela saída do time da fila do Campeonato Paulista, que perdurava desde 1984. Luxemburgo ainda levou o bicampeonato do Estadual nesta temporada, fato que não ocorria no clube desde os anos 60.
O técnico santista já avisou que não pretende renovar seu vínculo com o clube caso Teixeira seja derrotado no pleito.
"Temos uma relação franca e objetivos comuns", disse Teixeira, por e-mail. "A conversa [para renovação] está muito boa, a ponto de o Vanderlei espontaneamente condicionar sua permanência à continuidade do nosso trabalho. Acreditamos que chegaremos a um bom termo e, por isso, estamos confiantes na sua permanência."
A possível saída de Luxemburgo em caso de vitória da chapa Santos Eterno não preocupa Schiff, que afirma ter opções de ponta engatilhadas, "com experiência em Libertadores", mas sem citar nomes como plano B para 2008.
As recentes denúncias de irregularidades no Conselho Deliberativo do Santos também não abalam Teixeira. A pior delas, apontada por dissidentes do grupo de Teixeira, aponta para 22 conselheiros efetivados de forma ilegal no clube.
"A pseudo-acusação já foi apurada e constatada infundada", limitou-se a comentar o líder da chapa Rumo Certo.
Nas campanhas, ambos falam de trabalhos com as categorias de base e de planos para sanar as dívidas santistas.
Mas o ponto que mais preocupa os opositores é o "continuísmo" no Santos, pois Teixeira está no cargo desde 2000. E Schiff recorre aos mandatos de Alberto Dualib, no Corinthians, e Mustafá Contursi, no Palmeiras, como exemplos. "Tenho medo disso", disse ele. "Na campanha procuramos mostrar que o filme do continuísmo começa com vitórias, mas sempre acaba mal."
"É importante distinguir continuísmo de continuidade", disse Teixeira, que prefere o hall de presidentes como Athié Jorge Coury e Modesto Roma.


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