São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Número de faltas é o mais baixo em 19 anos

Média de 2007 é de 44 infrações por partida, 16 a menos do que a de 1999

Quantidade de expulsões e cartões amarelos também caiu em uma edição que teve rigor errático nos julgamentos do STJD


DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro encerrado no domingo passado não foi nenhum esmero de técnica, mas pelo menos valorizou, e muito, o jogo limpo.
A competição acabou com média de 44 faltas cometidas por partida. Ainda é mais do que as ligas européias, que flutuam na casa das 30 infrações por partida. Mas é bem menos do que o padrão nacional desde a década de 80.
Desde que o Datafolha começou a tabular essa estatística, em 1988, a média atual é a segunda menor da história. Só perde justamente para o campeonato de 1988, mas naquela ocasião o instituto não levantava os dados de todos os confrontos, como acontece agora, quando o torneio teve 380 partidas desde o mês de maio.
A média atual representa 16 faltas a menos em 90 minutos do que aconteceu, por exemplo, no Brasileiro de 1999.
Como aconteceu em outras estatísticas, o Corinthians novamente foi pior do que a média na violência. Principalmente depois que o técnico Nelsinho Baptista assumiu o comando, o clube foi mais faltoso, terminando como o quarto com mais infrações (23,4 por jogo).
Equipes e jogadores recordistas de faltas cometidas no campeonato que acabou com o São Paulo como campeão seriam figurantes no ranking de violência de edições passadas do principal certame nacional.
Em 2007, por exemplo, o time mais faltoso foi o Juventude, com média de 24,3 infrações partida. Com esse número, o clube gaúcho não ficaria entre os sete clubes com mais infrações de nenhum Campeonato Brasileiro disputado no período de 1995 a 2006.
Quem exagerou um pouco mais nas faltas foi punido na classificação, derrubando tese de que o número de infrações é vantajoso para o time que as comete. Os quatro rebaixados (Corinthians, Paraná, Juventude e América-RN) ficaram entre os seis com mais faltas cometidas. Já os três menos faltosos (Fluminense, Flamengo e Santos) ficaram entre os cinco primeiros colocados na tabela.
Nenhum jogador nesta temporada superou a média de quatro faltas por partida.
O recordista foi o volante Júlio César, com 3,6 por partida. Com esse número, ele não ficaria no top 10 da lista individual em todos os Nacionais disputados entre 1994 e 2003.
A queda no número de faltas fez o número de cartões diminuir consideravelmente. O número de expulsões caiu cerca de 25% em relação ao ano passado, e o de amarelos, 10%.
Revides e reclamações foram motivos constantes de expulsões, tanto que o recordista de vermelhos foi um jogador de ataque -o bom e temperamental uruguaio Acosta.
Apesar de nem sempre manter o rigor nos julgamentos de segunda instância (como no caso do atleticano Coelho depois de sua agressão contra o cruzeirense Kerlon e seu "drible da foca"), o STJD foi duro ao coibir lances violentos.
Com os técnicos nem sempre ocorreu o mesmo rigor -mesmo depois de mandar seus jogadores "pegarem" os do Santos em uma derrota, Joel Santana saiu sem punição grave.
Além do jogo limpo, o Brasileiro-07 rebateu o baixo nível técnico com um forte crescimento na bilheteria, puxado principalmente pelo Flamengo e sua média de 40 mil fãs no Maracanã por partida. A média ficou em 17,2 mil pagantes por partida, a maior da era dos pontos corridos e um crescimento de cerca de 40% em relação ao ano passado.0 (PAULO COBOS)


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