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Número de faltas é o mais baixo em 19 anos
Média de 2007 é de 44 infrações por
partida, 16 a menos do que a de 1999
Quantidade de expulsões e
cartões amarelos também
caiu em uma edição que teve
rigor errático nos
julgamentos do STJD
DA REPORTAGEM LOCAL
O Campeonato Brasileiro encerrado no domingo passado
não foi nenhum esmero de técnica, mas pelo menos valorizou, e muito, o jogo limpo.
A competição acabou com
média de 44 faltas cometidas
por partida. Ainda é mais do
que as ligas européias, que flutuam na casa das 30 infrações
por partida. Mas é bem menos
do que o padrão nacional desde
a década de 80.
Desde que o Datafolha começou a tabular essa estatística,
em 1988, a média atual é a segunda menor da história. Só
perde justamente para o campeonato de 1988, mas naquela
ocasião o instituto não levantava os dados de todos os confrontos, como acontece agora,
quando o torneio teve 380 partidas desde o mês de maio.
A média atual representa 16
faltas a menos em 90 minutos
do que aconteceu, por exemplo,
no Brasileiro de 1999.
Como aconteceu em outras
estatísticas, o Corinthians novamente foi pior do que a média na violência. Principalmente depois que o técnico Nelsinho Baptista assumiu o comando, o clube foi mais faltoso, terminando como o quarto com
mais infrações (23,4 por jogo).
Equipes e jogadores recordistas de faltas cometidas no
campeonato que acabou com o
São Paulo como campeão seriam figurantes no ranking de
violência de edições passadas
do principal certame nacional.
Em 2007, por exemplo, o time mais faltoso foi o Juventude, com média de 24,3 infrações partida. Com esse número, o clube gaúcho não ficaria
entre os sete clubes com mais
infrações de nenhum Campeonato Brasileiro disputado no
período de 1995 a 2006.
Quem exagerou um pouco
mais nas faltas foi punido na
classificação, derrubando tese
de que o número de infrações é
vantajoso para o time que as comete. Os quatro rebaixados
(Corinthians, Paraná, Juventude e América-RN) ficaram entre os seis com mais faltas cometidas. Já os três menos faltosos (Fluminense, Flamengo e
Santos) ficaram entre os cinco
primeiros colocados na tabela.
Nenhum jogador nesta temporada superou a média de
quatro faltas por partida.
O recordista foi o volante Júlio César, com 3,6 por partida.
Com esse número, ele não ficaria no top 10 da lista individual
em todos os Nacionais disputados entre 1994 e 2003.
A queda no número de faltas
fez o número de cartões diminuir consideravelmente. O número de expulsões caiu cerca
de 25% em relação ao ano passado, e o de amarelos, 10%.
Revides e reclamações foram
motivos constantes de expulsões, tanto que o recordista de
vermelhos foi um jogador de
ataque -o bom e temperamental uruguaio Acosta.
Apesar de nem sempre manter o rigor nos julgamentos de
segunda instância (como no caso do atleticano Coelho depois
de sua agressão contra o cruzeirense Kerlon e seu "drible da
foca"), o STJD foi duro ao coibir lances violentos.
Com os técnicos nem sempre
ocorreu o mesmo rigor -mesmo depois de mandar seus jogadores "pegarem" os do Santos em uma derrota, Joel Santana saiu sem punição grave.
Além do jogo limpo, o Brasileiro-07 rebateu o baixo nível
técnico com um forte crescimento na bilheteria, puxado
principalmente pelo Flamengo
e sua média de 40 mil fãs no
Maracanã por partida. A média
ficou em 17,2 mil pagantes por
partida, a maior da era dos pontos corridos e um crescimento
de cerca de 40% em relação ao
ano passado.0
(PAULO COBOS)
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