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Nem "mala branca" transforma Goiás em rival perigoso
Com só seis finalizações durante jogo, time se torna presa fácil e facilita conquista para equipe são-paulina no Bezerrão
Goiás 0
São Paulo 1
DOS ENVIADOS A BRASÍLIA
O Goiás se dizia aberto à "mala branca". Esperneou por ter
que jogar em Brasília. Seu artilheiro, Paulo Baier, prometeu
homenagear o pai, gremista, e
vencer o São Paulo.
Contudo, entre os times que
nada tinham a aspirar na última rodada do Brasileiro-2008,
mas que poderiam mudar os
rumos da competição com seus
resultados, nenhum foi presa
tão fácil como o Goiás.
Sem sentir a pressão de um
jogo "tudo ou nada", onde o clube tem um histórico recente de
fracassos, o São Paulo foi melhor durante todo o jogo.
O time do Centro-Oeste praticamente não ameaçou Rogério. Segundo o Datafolha, foram só seis finalizações, sendo
que apenas uma, cabeçada de
Fausto no primeiro tempo, exigiu defesa do são-paulino.
Se fosse computado apenas o
que aconteceu ontem, o Goiás
seria o último tanto no ranking
de finalizações quanto no de
pontaria do Brasileiro-2008.
Enquanto o Goiás não tinha
competência para encarar o
São Paulo, a rebaixada Portuguesa chegou a estar na frente
do Cruzeiro e os desinteressados Vitória e Botafogo venceram como visitantes, respectivamente, Vasco, que lutava
contra o rebaixamento, e Palmeiras, que buscava uma vaga
pela Libertadores da América.
O São Paulo superou o Goiás
em praticamente todos os fundamentos no Bezerrão.
Na marcação, teve 146 desarmes contra 138 do adversário.
"O segredo foi que o time encaixou a marcação. Quando a
gente faz isso, sei que é muito
difícil levar gol. Com dez minutos, vi que a partida estava sobre controle", afirmou o técnico Muricy Ramalho, que foi
campeão nacional pela terceira
vez usando o esquema 3-5-2.
Na criação, o São Paulo goleou. Contra as míseras seis finalizações do Goiás, o time de
Muricy Ramalho chutou ao gol
14 vezes, sendo que oito tiveram a direção certa e seis exigiram defesas do goleiro Harlei.
Com Richarlyson no meio-campo no lugar de Jean, o São
Paulo sempre teve a iniciativa.
O gol demorou só 23 minutos
para acontecer. Rogério bateu
falta, Harlei espalmou, o rebote
sobrou para Hugo, que chutou
cruzado e encontrou Borges.
Impedido, marcou seu 16º gol
-foi o artilheiro são-paulino.
Dono do melhor aproveitamento até ontem contra os cinco times que encabeçaram a
classificação, o Goiás tinha suas
principais peças anuladas pela
marcação do São Paulo.
O lateral-direito Vitor pouco
foi acionado. Maior artilheiro
do Brasileiro na era pontos corridos, Paulo Baier nem perto do
gol de Rogério chegava.
Nos minutos iniciais do segundo tempo, o São Paulo até
ameaçou não repetir o domínio
que teve na primeira etapa.
Mas, então, uma chuva torrencial caiu sobre o Bezerrão,
cujo gramado, com uma drenagem perfeita, resistiu bem. E,
sob as novas condições climáticas, o São Paulo voltou a dominar. Foram oportunidades claras de gol, como aos 13min,
quando o meia Hugo, livre, cabeceou em cima de Harlei. Ou
aos 24min, quando Dagoberto
acabou acertando a trave.
Hélio dos Anjos ainda lançou
seu time ao ataque, com as entradas de Adriano Gabiru e Romerito, que pouco produziram.
Para o São Paulo, foi só tocar
a bola e esperar o fim do jogo
para comemorar.0
(PAULO COBOS, PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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