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Grêmio vence e faz festa como campeão
Equipe sofre com gol são-paulino, mas dá volta olímpica e recebe aplausos
Mesmo intranqüilo, time gaúcho supera rival mineiro e o calor no segundo tempo
e encerra a temporada satisfeito com resultado final
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE
"Esse é o nosso sonho. Aqui
quase ninguém foi campeão
p.... Vamos lá!", gritava o capitão Tcheco para os colegas antes de o time entrar em campo.
Os 90 minutos, a vitória por 2
a 0 sobre o Atlético-MG, não foram suficientes. Faltou o Goiás
fazer sua parte, ganhar do campeão São Paulo. Mas o Grêmio
comemorou. Assim que Goiás x
São Paulo acabou, os mais de 46
mil gremistas aplaudiram o time e passaram a gritar o nome
do clube. Ao final, os jogadores,
de mãos dadas, deram volta
olímpica para agradecer o
apoio das arquibancadas.
"A torcida do Grêmio entendeu e sempre esteve do lado dos
jogadores durante todo o campeonato. Foram maravilhosos
como sempre", afirmou o técnico Celso Roth.
Alguns jogadores, como
Tcheco, choravam e discursavam como campeões. "É muito
gratificante jogar num clube
que não ganha o título, e a torcida age desse jeito. Não há dinheiro, "mala branca" que pague
isso. Por isso, quando vamos renovar contrato, pensamos nisso. É muito bom jogar aqui, nos
sentimos muito à vontade e
respaldados pela torcida."
Mesmo com o jogo encerrado, a torcida demorou para deixar o estádio. Souza jogou todo
o uniforme para os torcedores.
Saiu apenas de cueca do campo.
"Esse reconhecimento dá a
impressão de que ganhamos. E
é isso o que importa para a gente", falou o bicampeão com os
são-paulinos em 2006 e 2007.
A festa gremista, na verdade,
só ocorreu a partir dos 17min
do segundo tempo. Até então, a
tensão dominou o Olímpico.
O placar do estádio não deu o
gol são-paulino, mas boa parte
da torcida escutava a partida do
rival paulista pelo rádio. O estádio, por alguns segundos, ficou
em silêncio, interrompido por
vaias quando o locutor de uma
emissora local informou que o
gol de Borges foi irregular.
O fato é que a vantagem do
São Paulo murchou a torcida e
o time. A equipe gaúcha parecia
sentir mais do que rival o forte
calor em Porto Alegre. O Grêmio apresentava muita lentidão. O desespero foi consumindo aos poucos os jogadores do
time gaúcho. O goleiro Victor,
que durante a semana afirmara
que não iria se informar sobre o
jogo do São Paulo, perguntou
como estava a partida no Gama.
A agonia aumentou quando o
Atlético-MG pressionou nos
minutos finais. Em três minutos, os mineiros tiveram dois
gols anulados por impedimento em lances duvidosos. O diagnóstico do presidente do Grêmio, Paulo Odone, derrubou o
discurso de que o time estava
tranqüilo. "A equipe está tensa,
precisa se acalmar para chegar
ao gol", analisou no intervalo.
Os gremistas voltaram mais
calmos, mas a torcida perdia a
paciência. Quando Celso Roth
tirou Rafael Carioca para pôr
Felipe Mattioni, foi chamado
de burro. Mas foi o jogador
quem devolveu a esperança à
torcida ao sofrer pênalti de César Prates. Tcheco fez 1 a 0, aos
17min. O Olímpico mudou e,
minutos depois, os torcedores
comemoraram, mais até do que
o tento gremista, um gol anunciado na rádio Gaúcha acreditando ser do Goiás. Na verdade,
era o terceiro do Figueirense
sobre o Internacional.
Não importava mais. A torcida já havia feito as pazes e reconhecido o esforço da equipe,
que ampliou com Soares, aos
38min. Uma razão a mais para
comemorar o "título moral".
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