São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Grêmio vence e faz festa como campeão

Equipe sofre com gol são-paulino, mas dá volta olímpica e recebe aplausos

Mesmo intranqüilo, time gaúcho supera rival mineiro e o calor no segundo tempo e encerra a temporada satisfeito com resultado final


EDUARDO ARRUDA
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE

"Esse é o nosso sonho. Aqui quase ninguém foi campeão p.... Vamos lá!", gritava o capitão Tcheco para os colegas antes de o time entrar em campo.
Os 90 minutos, a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, não foram suficientes. Faltou o Goiás fazer sua parte, ganhar do campeão São Paulo. Mas o Grêmio comemorou. Assim que Goiás x São Paulo acabou, os mais de 46 mil gremistas aplaudiram o time e passaram a gritar o nome do clube. Ao final, os jogadores, de mãos dadas, deram volta olímpica para agradecer o apoio das arquibancadas.
"A torcida do Grêmio entendeu e sempre esteve do lado dos jogadores durante todo o campeonato. Foram maravilhosos como sempre", afirmou o técnico Celso Roth.
Alguns jogadores, como Tcheco, choravam e discursavam como campeões. "É muito gratificante jogar num clube que não ganha o título, e a torcida age desse jeito. Não há dinheiro, "mala branca" que pague isso. Por isso, quando vamos renovar contrato, pensamos nisso. É muito bom jogar aqui, nos sentimos muito à vontade e respaldados pela torcida."
Mesmo com o jogo encerrado, a torcida demorou para deixar o estádio. Souza jogou todo o uniforme para os torcedores. Saiu apenas de cueca do campo.
"Esse reconhecimento dá a impressão de que ganhamos. E é isso o que importa para a gente", falou o bicampeão com os são-paulinos em 2006 e 2007.
A festa gremista, na verdade, só ocorreu a partir dos 17min do segundo tempo. Até então, a tensão dominou o Olímpico.
O placar do estádio não deu o gol são-paulino, mas boa parte da torcida escutava a partida do rival paulista pelo rádio. O estádio, por alguns segundos, ficou em silêncio, interrompido por vaias quando o locutor de uma emissora local informou que o gol de Borges foi irregular.
O fato é que a vantagem do São Paulo murchou a torcida e o time. A equipe gaúcha parecia sentir mais do que rival o forte calor em Porto Alegre. O Grêmio apresentava muita lentidão. O desespero foi consumindo aos poucos os jogadores do time gaúcho. O goleiro Victor, que durante a semana afirmara que não iria se informar sobre o jogo do São Paulo, perguntou como estava a partida no Gama.
A agonia aumentou quando o Atlético-MG pressionou nos minutos finais. Em três minutos, os mineiros tiveram dois gols anulados por impedimento em lances duvidosos. O diagnóstico do presidente do Grêmio, Paulo Odone, derrubou o discurso de que o time estava tranqüilo. "A equipe está tensa, precisa se acalmar para chegar ao gol", analisou no intervalo.
Os gremistas voltaram mais calmos, mas a torcida perdia a paciência. Quando Celso Roth tirou Rafael Carioca para pôr Felipe Mattioni, foi chamado de burro. Mas foi o jogador quem devolveu a esperança à torcida ao sofrer pênalti de César Prates. Tcheco fez 1 a 0, aos 17min. O Olímpico mudou e, minutos depois, os torcedores comemoraram, mais até do que o tento gremista, um gol anunciado na rádio Gaúcha acreditando ser do Goiás. Na verdade, era o terceiro do Figueirense sobre o Internacional.
Não importava mais. A torcida já havia feito as pazes e reconhecido o esforço da equipe, que ampliou com Soares, aos 38min. Uma razão a mais para comemorar o "título moral".


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