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diagnóstico
Palmeiras admite que trocar técnico foi um erro
Dirigente não critica Muricy, mas a mudança de comando durante o Brasileiro
Genaro Marino reconhece deficiência na montagem do elenco deste ano, crítica que o ex-são-paulino já fizera à gestão Luxemburgo
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia seguinte ao fiasco palmeirense no Brasileiro, a diretoria fez seu mea-culpa e admitiu que errou ao ter trocado de
técnico durante o campeonato.
"No planejamento a médio
prazo, sim [foi um erro]. Você
tem um técnico que tem a vivência de cada atleta, escolhe os
jogadores dele. E aí vem um
técnico e não tem essa vivência.
Até ele tomar base da coisa, já
passou", afirmou o diretor de
futebol Genaro Marino.
O "já passou", no caso, foi o
trator que atropelou o líder do
Nacional durante 17 rodadas e
derrubou-o para fora do G4 no
jogo derradeiro do torneio
-terminou em quinto lugar.
"No campeonato todo, a gente vinha com duas derrotas. De
repente, das dez últimas partidas, você perde cinco [foram
seis, na verdade], não é algo
proporcional", disse o cartola.
As críticas de Marino não se
referem à escolha de Muricy
-"tínhamos um treinador vencedor e trouxemos o tricampeão brasileiro"-, mas à decisão de mudar o comando da equipe no meio do caminho.
A troca de cadeiras no clube
começou com Vanderlei Luxemburgo, que saiu após ter comandado o time em sete rodadas -àquela altura, a equipe ocupava a quarta colocação.
Depois de outros sete jogos, o
interino Jorginho entregou o
time em segundo lugar para
Muricy Ramalho, que assumiu
a liderança logo na estreia.
A avaliação dos dirigentes é
que o ex-são-paulino não conseguiu extrair 100% do grupo
que fora arquitetado por Luxemburgo no início do ano.
Muricy, por sua vez, já defendeu-se publicamente ao alfinetar seu antecessor na última
sexta-feira. Ele disse que o Palmeiras montou um grande time, mas não havia se preocupado com as peças de reposição.
"O que acontece, e é bom o Vanderlei ouvir isso, é que o time caiu porque não tinha jogadores parecidos. Isso é uma preocupação que não acontecerá no ano que vem", declarou o treinador palmeirense.
Nesse aspecto, Genaro Marino concorda inteiramente com o atual comandante da equipe.
"O que faltou foi opção tática
para ele. Não tínhamos, por
exemplo, outro meia criador.
Depois que o Cleiton [Xavier]
se machucou, o meio do time
padeceu", afirmou o diretor.
O inferno astral do Palmeiras
no Brasileiro começou justamente a partir do momento em
que Muricy perdeu três atletas
titulares por conta de lesões -o
zagueiro Maurício Ramos e o
volante Pierre, além de Cleiton.
Apesar de já haver alguns focos de insatisfação com o treinador entre os conselheiros do
clube, o mesmo discurso do
planejamento a médio prazo é
o que deverá segurar Muricy no
cargo para o próximo ano.
Os cartolas não querem repetir o que aconteceu na virada de
2008 para 2009, quando mais
de dez atletas saíram do clube e
outros tantos vieram.
O conceito "começar do zero" causa arrepios no alto comando, ainda mais depois do
que houve no Nacional.
"O objetivo não é fazer grandes mudanças, mas alguns
ajustes", completou Marino.
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