São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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diagnóstico

Palmeiras admite que trocar técnico foi um erro

Dirigente não critica Muricy, mas a mudança de comando durante o Brasileiro

Genaro Marino reconhece deficiência na montagem do elenco deste ano, crítica que o ex-são-paulino já fizera à gestão Luxemburgo

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia seguinte ao fiasco palmeirense no Brasileiro, a diretoria fez seu mea-culpa e admitiu que errou ao ter trocado de técnico durante o campeonato.
"No planejamento a médio prazo, sim [foi um erro]. Você tem um técnico que tem a vivência de cada atleta, escolhe os jogadores dele. E aí vem um técnico e não tem essa vivência. Até ele tomar base da coisa, já passou", afirmou o diretor de futebol Genaro Marino.
O "já passou", no caso, foi o trator que atropelou o líder do Nacional durante 17 rodadas e derrubou-o para fora do G4 no jogo derradeiro do torneio -terminou em quinto lugar.
"No campeonato todo, a gente vinha com duas derrotas. De repente, das dez últimas partidas, você perde cinco [foram seis, na verdade], não é algo proporcional", disse o cartola.
As críticas de Marino não se referem à escolha de Muricy -"tínhamos um treinador vencedor e trouxemos o tricampeão brasileiro"-, mas à decisão de mudar o comando da equipe no meio do caminho.
A troca de cadeiras no clube começou com Vanderlei Luxemburgo, que saiu após ter comandado o time em sete rodadas -àquela altura, a equipe ocupava a quarta colocação.
Depois de outros sete jogos, o interino Jorginho entregou o time em segundo lugar para Muricy Ramalho, que assumiu a liderança logo na estreia.
A avaliação dos dirigentes é que o ex-são-paulino não conseguiu extrair 100% do grupo que fora arquitetado por Luxemburgo no início do ano.
Muricy, por sua vez, já defendeu-se publicamente ao alfinetar seu antecessor na última sexta-feira. Ele disse que o Palmeiras montou um grande time, mas não havia se preocupado com as peças de reposição.
"O que acontece, e é bom o Vanderlei ouvir isso, é que o time caiu porque não tinha jogadores parecidos. Isso é uma preocupação que não acontecerá no ano que vem", declarou o treinador palmeirense.
Nesse aspecto, Genaro Marino concorda inteiramente com o atual comandante da equipe.
"O que faltou foi opção tática para ele. Não tínhamos, por exemplo, outro meia criador. Depois que o Cleiton [Xavier] se machucou, o meio do time padeceu", afirmou o diretor.
O inferno astral do Palmeiras no Brasileiro começou justamente a partir do momento em que Muricy perdeu três atletas titulares por conta de lesões -o zagueiro Maurício Ramos e o volante Pierre, além de Cleiton.
Apesar de já haver alguns focos de insatisfação com o treinador entre os conselheiros do clube, o mesmo discurso do planejamento a médio prazo é o que deverá segurar Muricy no cargo para o próximo ano.
Os cartolas não querem repetir o que aconteceu na virada de 2008 para 2009, quando mais de dez atletas saíram do clube e outros tantos vieram.
O conceito "começar do zero" causa arrepios no alto comando, ainda mais depois do que houve no Nacional.
"O objetivo não é fazer grandes mudanças, mas alguns ajustes", completou Marino.


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