São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Após invasão, torcedor é preso

Justiça determina interdição do Couto Pereira, palco de batalha após jogo contra o Fluminense

Suspeito de agredir soldado é indiciado por tentativa de homicídio, enquanto os demais envolvidos já foram liberados ontem pela polícia

Franklin de Freitas/Folhapress
Bancos que foram usados como arma por torcedores do Coritiba na invasão ao gramado do Couto Pereira, fato que interditou o estádio por tempo indeterminado

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Depois de ser reconhecido por fotos e imagens, um torcedor suspeito de ferir um soldado durante a invasão de campo no estádio Couto Pereira foi preso ontem em Curitiba.
A Secretaria da Segurança Pública informou que havia identificado até ontem 40 pessoas que participaram do tumulto. Elas estão sendo procuradas e podem responder a processo sobre a confusão.
Revoltados com o rebaixamento do Coritiba para a Série B, os torcedores invadiram o gramado e entraram em confronto com árbitros, jogadores e policiais após o jogo contra o Fluminense, anteontem.
No total, 22 pessoas foram presas. Todas foram liberadas após assinar um termo circunstanciado e vão responder ao processo em liberdade.
O homem apontado como agressor do policial, Gilson da Silva, 20, é professor de artes marciais. Único envolvido na confusão que permanecia preso ontem, ele é suspeito de ter atingido com uma barra de ferro o queixo do soldado Luis Ricardo Gomides, 38. Silva será indiciado por tentativa de homicídio. A Folha não conseguiu contato com ele, e a polícia não soube informar se ele já tem advogado. O soldado está hospitalizado, mas não corre risco de morte.
A PM informou que sete policiais e 11 civis ficaram feridos na confusão de anteontem. Um torcedor de 19 anos está internado em estado grave.
De acordo com a assessoria do Hospital Evangélico, ele provavelmente foi atingido por uma bala de borracha na cabeça. Uma mulher, de 43 anos, teve três dedos amputados após ser atingida por uma bomba caseira em um ônibus. Segundo o hospital, ela não era torcedora.
O comando da PM afirmou que era impossível prever a reação dos torcedores em campo. Os prejuízos materiais foram pequenos, segundo a PM, pela intervenção "imediata".
Um balanço divulgado de manhã pela Prefeitura de Curitiba apontou que torcedores danificaram 36 ônibus.
"Os soldados foram heroicos ao evitar a invasão em massa do gramado por um bando de bandidos", afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari. Ele disse saber que a partida "seria de alto risco" e que foi destacado um número três vezes maior de policiais -700- em comparação com os demais jogos. Ainda ontem, o Ministério Público Estadual pediu a interdição do Couto Pereira por tempo indeterminado.
O procurador Olímpio de Sá Sotto Maior disse que, se o clube não acatar a orientação, vai entrar com ação judicial para que a ordem seja cumprida.
A diretoria do Coritiba deve se manifestar oficialmente apenas hoje ou amanhã.


Colaborou MATHEUS PICHONELLI, da Agência Folha


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