São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
PAULO VINICIUS COELHO Ronaldinho de cristal
O EX-DIRETOR do Barcelona Ferran Soriano conta no livro "A Bola Não Entra Por Acaso" como o clube catalão deixou de sofrer por vaga na Copa da Uefa, na temporada 2003/04, para se transformar no campeão da Europa de 2006. Ronaldinho, claro, é protagonista da história, com seus dribles, gols e lançamentos geniais. Seu irmão e agente, Roberto de Assis Moreira, também está no livro. Soriano conta como Assis pedia reuniões frequentes para rediscutir a remuneração de seu irmão agenciado. Foi assim até o fim da temporada 2007/08, quando nem Ronaldinho nem o Barcelona tinham bom futebol. O Barça terminou o campeonato em terceiro, atrás do Villarreal, e o diagnóstico foi o de que aquele time estava desfeito. Ronaldinho, inclusive. O comportamento de Assis nesta semana foi parecido. O irmão-agente valorizou o passe do ex-melhor do mundo como se fosse a princesa mais bela do baile, disputada por todos os príncipes dos reinos mais próximos. Príncipes que não refletiram para entender se o sapatinho de cristal cabe ainda no pé da princesa. Talvez não caiba. Do ponto de vista do Flamengo, endereço mais do que provável do ex-melhor do mundo, a operação não se sustenta apenas do ponto de vista técnico. A operação inclui o negócio. A marca Ronaldinho unida à marca Flamengo pode representar muito a partir deste ano de 2011. "Ronaldinho será sócio do Flamengo, mas só a partir de um patamar do negócio", afirma um dirigente rubro-negro. Até mesmo o Flamengo concorda, no entanto, quando se diz que não existe marketing tão valioso quanto a vitória. Se o Flamengo vencer, a operação Ronaldinho será um sucesso. Se perder, não será. Isso é quase certo como 2+2=4. Se Ronaldinho vai jogar bem ou não, é outra equação. A maior parte do país concorda quando se diz que quem vai mal na Europa pode jogar bem no Brasil, com uma perna só. O raciocínio quase sempre funciona. Ainda que Ronaldo tenha tido altos e baixos e Robinho se tornado coadjuvante de Neymar e Ganso. Num Flamengo que tenha Thiago Neves e Ronaldinho, o risco do gaúcho é também ser coadjuvante. Vale lembrar que em 2008, logo depois de terminar a Liga Espanhola atrás do Villarreal, um amigo da família de Ronaldinho decretou que o jogador só precisava sair da Catalunha para voltar a ser o melhor do mundo. Mas os dois anos e meio em Milão serviram apenas para que ele deixasse de ser o craque da moda. pvc@uol.com.br Texto Anterior: Palaia diz que lugar de irmãos é no circo Próximo Texto: Além do estádio Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |