São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Pequenos de SP decolam com ferrolho

São Caetano, Bragantino e Ituano armam defesas aguerridas, roubam pontos dos grandes e surpreendem no Estadual

Equipes usam esquemas distintos para segurar rivais e ajudam a derrubar média de gols para 2,83 por partida, a menor registrada desde 96

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os socos no ar ficaram mais raros no Paulista-07. Culpa dos pequenos. Influência direta das eficientes retrancas armadas pelos times coadjuvantes do Estado, a média de gols do campeonato é a menor em 11 anos. E o número de equipes com menos de um tento sofrido por jogo é recorde na década.
O resultado prático, os grandes não "passeiam" na classificação como nas últimas edições. Quem peita os poderosos, afinal, são os donos das melhores retaguardas do torneio.
São Caetano e Ituano têm quatro gols sofridos em sete rodadas e encabeçam o ranking das defesas. O primeiro é o vice-líder. O segundo aparece em oitavo, apenas dois pontos distante da turma que estaria hoje na próxima fase.
O Bragantino, junto com o São Paulo, tem a terceira defesa mais sólida -foi vazado somente cinco vezes. A equipe está em quinto lugar e duela por um lugar nas semifinais.
A quantidade de times (quatro) com menos de um gol sofrido por jogo não encontra paralelo nas edições recentes do Campeonato Paulista.
Em 2006, nenhum elenco conseguiu isso. Em 2005, apenas um alcançou a façanha.
Nos casos de Bragantino, Ituano e São Caetano, a força na marcação não acontece pela fragilidade dos rivais: os três já desafiaram equipes grandes durante o Estadual.
O time de Itu, aliás, já enfrentou Corinthians, Palmeiras e São Paulo e sofreu apenas dois gols nesses jogos.
Para ostentarem números tão bons, esses três clubes não repetem a mesma fórmula.
O Bragantino aposta no 3-5-2. E essa tática produz um time equilibrado, que também consegue um bom desempenho ofensivo. A equipe do técnico Marcelo Veiga, ex-jogador do Santos, já assinalou 15 gols. O saldo de dez é o segundo melhor do campeonato, atrás apenas do registrado pelo Corinthians após os 5 a 0 de ontem.
Já São Caetano e Ituano usam o tradicional 4-4-2. E têm um estilo em que a ordem é marcar e jogar as esperança de fazer gols em um só atacante.
Dos 10 tentos assinalados pelo clube do ABC -treinado por Dorival Júnior, um ex-volante defensivo-, 6 foram de Somália. A participação de 60% do atacante, no entanto, fica pequena quando comparada com a de Sorato no Ituano.
O veterano goleador respondeu por quatro tentos da equipe até aqui, ou 67% da artilharia total da equipe, que foi montada às pressas pouco antes do Paulista -no comando, o ex-zagueiro Ademir Fonseca.


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