São Paulo, sábado, 09 de fevereiro de 2008

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No bolso, São Paulo ensina ao Santos

Em 2007, clube do Morumbi atinge a maior renda da história do futebol brasileiro, superando marca de 2005 do rival

Prévia do balanço tricolor, ainda não finalizado, indica total de receitas de R$ 189 milhões em 2007, com 77% provenientes do futebol


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Leão, que aceitou inscrever na Taça Libertadores os estrangeiros recém-contratados pelo Santos, anda em campo do CT Rei Pelé

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Às vésperas do clássico contra os santistas, o São Paulo já superou os rivais em pelos menos um quesito extracampo: dinheiro no bolso. Levantamento inicial da diretoria são-paulina mostrou que o clube fechou 2007 com a maior renda de um clube brasileiro na história.
Assim, ultrapassou a marca de 2005 do Santos, que era a mais vultosa até agora.
Uma prévia do balanço do São Paulo, ainda não finalizado, mostra receitas de R$ 189 milhões. Até agora, o recorde anterior era do Santos: 135 milhões, em 2005 -atualizado pela inflação acumulada, o valor chega a R$ 147 milhões.
O futebol, como é praxe, foi o departamento que mais contribuiu para a explosão da arrecadação são-paulina. Um total de R$ 146 milhões foi obtido com o carro-chefe do clube. A diretoria estima que 50% desse valor tenha sido amealhado com as vendas de atletas como Ilsinho, Breno e Josué.
É um componente similar à renda santista em 2005, fortemente influenciada pelos R$ 70 milhões obtidos com a saída de Robinho para o Real Madrid.
A diferença é como cada um administrou seu dinheiro. O Santos teve superávit alto naquele ano, mas torrou com seu ex-técnico Vanderlei Luxemburgo e com atletas como Zé Roberto. Hoje, o clube tem dívida em empréstimo bancário quase igual à sua reserva.
"Temos muitos investimentos para fazer, no Morumbi, no CT", comenta o diretor financeiro do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu. Uma boa parte do dinheiro arrecadado já foi investido no clube no ano passado mesmo, já que as despesas também foram altas.
Tanto que, de sobra, o clube teve cerca de R$ 34 milhões. Oficialmente, o superávit deve ficar em R$ 4 milhões. Isso porque, ao aderir à loteria Timemania, o São Paulo confessou R$ 30 milhões em dívidas fiscais-o valor será parcelado.
Segundo a diretoria, a maioria dos setores do clube passou a ter superávit, incluindo o social e o Morumbi. E receitas extras, como os R$ 12,4 milhões da lei de incentivo ao esporte, ajudaram a incrementar o total. Antes, a diretoria estimava que conseguiria R$ 128 milhões, o que deixaria o São Paulo próximo ao Corinthians.
A cada ano, o bicampeão brasileiro aumenta suas receitas até o total atual. "Se você analisar a negociação do Souza, pode-se repetir essa renda neste ano", analisa Abreu.
Não é o que aconteceu no Santos. Daquela receita recorde, houve quedas nos anos seguintes, e atualmente há falta de recursos para contratar.
"Somos mais simples. Li uma manchete que era o rival rico contra o pobre, em outro clássico. Então, vou me comportar como pobre, jogando com três zagueiros", diz o técnico santista, Emerson Leão, comparando a capacidade de investimento do time com a do adversário.
Resta ao Santos esperar de revelações, como Neymar, uma nova bonança. Aos 16 anos, o jogador assinou seu primeiro contrato com o time, até 2010, com multa de 50 milhões.


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