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Vela testa dança das cadeiras em seletiva olímpica
Torneio começa hoje no Rio com antigas estrelas em novos barcos, competições com favoritos previsíveis e ausências
Principal nome da disputa, Robert Scheidt, duas vezes campeão olímpico, tentará, na classe star, repetir o sucesso que obteve na laser
FABIO GRIJÓ
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Troca de classes, "disputa"
sem nenhum rival e favoritos
previsíveis. O enredo acompanhará a seletiva nacional da vela para a Olimpíada de Pequim,
a partir de hoje, no Rio.
O Pré-Olímpico terá dois medalhistas de ouro nos Jogos em
novos barcos e situações bem
diferentes de outros tempos.
Robert Scheidt, campeão na
laser em Atlanta-1996 e Atenas-2004, faz sua tentativa para ir à China, agora na star.
Scheidt é o mais cotado à vaga, com o proeiro Bruno Prada,
mas não ostenta, na classe, a
hegemonia que possuía na laser. Alan Adler/Ricardo Ermel
e Lars Grael/Marcelo Jordão
correm por fora, com chances.
Marcelo Ferreira, outro bicampeão olímpico, nas mesmas edições que Scheidt, migrou para a finn. Chega como
azarão após ter saído da star.
A seletiva também verá situações inusitadas. Na 470,
Fernanda Oliveira e Isabel
Swan velejarão sozinhas. Nenhuma outra dupla se inscreveu. "Deixamos as rivais muito
para trás. No Brasileiro, só corremos nós e uma dupla italiana", afirma Fernanda.
"Nossas principais rivais, que
seriam a Isabel [Ficker] e a
Laura [Zanni] não têm disputado muitas regatas. Não sei o que
aconteceu com elas", completa.
Ricardo Winicki, o Bimba,
duelará com um "aprendiz" na
RS:X. Só Albert Carvalho o enfrentará. Ele é aluno da escolinha de Bimba, em Búzios (RJ).
"Não dá para ganhar dele. O
cara foi ouro no Mundial [do
ano passado]. Vou tentar alguma coisa, mas acho que é muito
melhor ele ir, até por sua experiência", diz Albert, 18, filho de
pescador e dona de casa.
No Rio, o novato usará uma
quilha e duas velas cedidas pelo
professor. "Quero prepará-lo
para ser um dos melhores do
mundo, mas me arrependi um
pouco", afirma, rindo, Bimba.
Na RS:X feminina, Patrícia
Castro é a favorita. Na laser,
sem Scheidt, Bruno Fontes, bicampeão nacional, desponta.
Apenas a finn indica uma disputa acirrada. Henry Boening,
vencedor do último Brasileiro,
Jorge Zarif e Fábio Bodra são
os mais cotados, na classe mais
imprevisível da seletiva.
Em Pequim, o Brasil não terá
nomes como Torben Grael e
João Signorini, que se dedicam
a regata de volta ao mundo.
"Com a saída do Torben e a
mudança do Robert, acho que o
Brasil terá uma chance de medalha a menos. São dois fora-de-série", diz Marcelo Ferreira,
ex-parceiro de Torben.
André Fonseca e Rodrigo
Duarte (49er) e Fábio Pillar e
Samuel Albrecht (470) já se
classificaram para os Jogos nos
Mundiais de suas classes.
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