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Robinho leva batalhão para Londres
Com medo de abordagem sobre acusação de estupro, atacante incha estafe para blindá-lo na apresentação à seleção
Ao lado do pai, do segurança
e do empresário, jogador diz
que denúncia não afetará
seu desempenho na partida
diante da Itália, amanhã
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
Segurança particular, o pai, o
empresário, um amigo e seus
patrocinadores. A trupe de Robinho era o grupo mais numeroso na apresentação da seleção, ontem, em Londres.
No primeiro amistoso da
equipe em 2009, o Brasil enfrenta amanhã a Itália, às
17h45, no Emirates Stadium.
Em mais um capítulo da blindagem que recebeu depois de
ter sido acusado de estuprar
uma mulher em uma boate na
cidade inglesa de Leeds, a cerca
de 70 km de Manchester, o atacante do Manchester City mudou totalmente o roteiro de
suas apresentações à seleção.
A começar pela meio de
transporte, agora mais modesto -ele já causou polêmica por
chegar de helicóptero para um
treino em Teresópolis.
Desta vez, Robinho fez a viagem de Manchester a Londres
em um trem comum. Quem estava com o jogador no percurso
conta que, em nenhum momento, ele foi incomodado ou
assediado de forma mais intensa por torcedores ingleses.
No entanto, quem se aventurasse a abordá-lo teria que passar por um batalhão de acompanhantes do atacante.
Ao contrário do que geralmente faz quando serve a seleção -o comum é sempre viajar
sozinho ou acompanhado de
colegas de clube-, ele chegou
com um batalhão, em tradicionais táxis londrinos.
Além do jogador Elano, seu
companheiro no City, estavam
com Robinho seu pai, Gilvan, e
o segurança, Evandro, que o
acompanha desde os tempos de
Santos. Também apareceram
outros membros de seu estafe e
um representante da Nike, que
foi até Manchester levar material de jogo ao atacante.
Toda a turma do brasileiro ficará hospedada no mesmo hotel que abriga a seleção na capital inglesa, com diárias que, para os quartos mais simples, ficam em torno de R$ 800.
O temor de Robinho era ser
recebido por repórteres de tabloides britânicos, mas só estavam lá a imprensa brasileira e
alguns jornalistas italianos.
E a suspeita de estupro foi assunto vetado pelo jogador nos
cerca de dois minutos que levou para atravessar o saguão do
hotel e chegar aos elevadores.
"Meu negócio aqui é só futebol", afirmou Robinho, que diz
ter certeza de que a acusação de
Leeds não vai afetar seu desempenho dentro de campo. Ele falou até em fazer gol contra a
Itália, adversário que o Brasil
não enfrenta desde 1997, antes
da chegada à seleção brasileira
de todo o elenco atual.
Mas, após a explosão do caso,
o atacante só fez atuações modestas, como na vitória do
Manchester City por 1 a 0 diante do Middlesbrough, quando
acabou substituído.
Entre seus compatriotas, porém, Robinho terá todo o apoio.
O técnico Dunga tem certeza
absoluta da inocência do jogador. Dentre os principais astros
do país no momento, é com o
atacante que o treinador tem a
melhor relação desde que assumiu o comando do time, logo
após a Copa da Alemanha.
Hoje, o Brasil faz o único treino antes do amistoso de amanhã. A Itália também fará sua
única prática logo depois que os
comandados de Dunga deixarem o gramado do Emirates.
Para a partida, há possibilidade
de neve em Londres.
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