São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2009

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Robinho leva batalhão para Londres

Com medo de abordagem sobre acusação de estupro, atacante incha estafe para blindá-lo na apresentação à seleção

Ao lado do pai, do segurança e do empresário, jogador diz que denúncia não afetará seu desempenho na partida diante da Itália, amanhã

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Segurança particular, o pai, o empresário, um amigo e seus patrocinadores. A trupe de Robinho era o grupo mais numeroso na apresentação da seleção, ontem, em Londres.
No primeiro amistoso da equipe em 2009, o Brasil enfrenta amanhã a Itália, às 17h45, no Emirates Stadium.
Em mais um capítulo da blindagem que recebeu depois de ter sido acusado de estuprar uma mulher em uma boate na cidade inglesa de Leeds, a cerca de 70 km de Manchester, o atacante do Manchester City mudou totalmente o roteiro de suas apresentações à seleção.
A começar pela meio de transporte, agora mais modesto -ele já causou polêmica por chegar de helicóptero para um treino em Teresópolis.
Desta vez, Robinho fez a viagem de Manchester a Londres em um trem comum. Quem estava com o jogador no percurso conta que, em nenhum momento, ele foi incomodado ou assediado de forma mais intensa por torcedores ingleses.
No entanto, quem se aventurasse a abordá-lo teria que passar por um batalhão de acompanhantes do atacante.
Ao contrário do que geralmente faz quando serve a seleção -o comum é sempre viajar sozinho ou acompanhado de colegas de clube-, ele chegou com um batalhão, em tradicionais táxis londrinos.
Além do jogador Elano, seu companheiro no City, estavam com Robinho seu pai, Gilvan, e o segurança, Evandro, que o acompanha desde os tempos de Santos. Também apareceram outros membros de seu estafe e um representante da Nike, que foi até Manchester levar material de jogo ao atacante.
Toda a turma do brasileiro ficará hospedada no mesmo hotel que abriga a seleção na capital inglesa, com diárias que, para os quartos mais simples, ficam em torno de R$ 800.
O temor de Robinho era ser recebido por repórteres de tabloides britânicos, mas só estavam lá a imprensa brasileira e alguns jornalistas italianos.
E a suspeita de estupro foi assunto vetado pelo jogador nos cerca de dois minutos que levou para atravessar o saguão do hotel e chegar aos elevadores.
"Meu negócio aqui é só futebol", afirmou Robinho, que diz ter certeza de que a acusação de Leeds não vai afetar seu desempenho dentro de campo. Ele falou até em fazer gol contra a Itália, adversário que o Brasil não enfrenta desde 1997, antes da chegada à seleção brasileira de todo o elenco atual.
Mas, após a explosão do caso, o atacante só fez atuações modestas, como na vitória do Manchester City por 1 a 0 diante do Middlesbrough, quando acabou substituído.
Entre seus compatriotas, porém, Robinho terá todo o apoio. O técnico Dunga tem certeza absoluta da inocência do jogador. Dentre os principais astros do país no momento, é com o atacante que o treinador tem a melhor relação desde que assumiu o comando do time, logo após a Copa da Alemanha.
Hoje, o Brasil faz o único treino antes do amistoso de amanhã. A Itália também fará sua única prática logo depois que os comandados de Dunga deixarem o gramado do Emirates. Para a partida, há possibilidade de neve em Londres.


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