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FUTEBOL
Time é goleado pelo América em pleno Parque Antarctica, e saída de Edmundo desperta ira da torcida contra técnico
Palmeiras desaba, e Leão amarga "burro"
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi por terra ontem todo o chamado "novo Palmeiras". O "fator
Edmundo" e uma goleada por 4 a
1 aplicada pelo América em pleno
Parque Antarctica fizeram a torcida transformar o que era para ser
o início de uma trégua após o revés num clássico em protesto que
há tempos não se via no clube.
Atletas, diretoria e até mesmo o
técnico Emerson Leão. Ninguém
foi poupado da raiva dos torcedores que foram ao jogo e viram o time de São José de Rio Preto vencer o da capital pela primeira vez
na história na casa palmeirense.
À medida em que o América ia
construindo o resultado -uma
virada concretizada no segundo
tempo-, os palmeirenses se enfureciam com o futebol apresentado pelo time de Leão.
A explosão de fúria, que pôs um
fim no clima de armistício entre
os torcedores e a diretoria -vigente desde que Affonso della
Monica assumira a presidência
no lugar do Mustafá Contursi, em
janeiro de 2005-, aconteceu
quando o treinador tirou o xodó
Edmundo, colocou o contestado
Gioino em campo e, pouco depois, levou o 2 a 1.
Nesse momento, a insatisfação
limitava-se a uma pequena porção dos torcedores das cadeiras
cobertas, os primeiros a gritar
"burro" para Leão. Os berros de
protesto ainda eram dissonantes
da maioria do estádio, que gritava
o nome do técnico, como sinal de
desaprovação à "turma do amendoim" e apoio ao treinador.
Mas a discordância entre torcedores logo deu lugar a um coro
uníssono, após dois fatos subseqüentes durante a partida.
O primeiro deles foi mais uma
substituição promovida pelo técnico. Ele sacou o lateral-esquerdo
Márcio Careca e colocou Lúcio.
Logo depois, o América fez 3 a 1.
Foi a partir de então que, das arquibancadas, que contribuíram
para formar o pior público palmeirense no ano -6.600 pessoas
pagaram para assistir ao jogo-,
os gritos não pouparam ninguém.
Leão passou então a ser xingado
de "burro" pela ampla maioria
dos torcedores palmeirenses.
Entre os atletas, o principal alvo
foi Correa. Entre os coros de "time medíocre" e "time sem-vergonha", os torcedores hostilizavam
o volante, que era o único em
campo entre os jogadores que
atualmente fazem parte da lista de
rejeições dos palmeirenses -os
outros são Alceu e Washington.
À diretoria, que desde o ano
passado promete montar uma
equipe competitiva, com nomes
"de peso", foram reservadas as
cobranças. Além dos gritos de
"diretoria, vai se f..., o meu Palmeiras não precisa de você", a torcida, inclusive na saída do estádio,
pedia a contratação de jogadores.
Ao passarem em frente aos camarotes reservados à cúpula do
clube, torcedores repetiam um ritual de xingar os diretores, comum na época de Mustafá, mas
que havia cessado desde a contratação de Leão, em julho de 2005.
A tentativa de se recuperar no
Paulista -está em terceiro, com
26 pontos- e de ao menos estancar a crise deflagrada ontem será
sábado, quando o Palmeiras pega
a Portuguesa, no Canindé.
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