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Argentina abandona Copa Davis
das agências internacionais
Revoltada com o ataque da torcida chilena na sexta-feira, a equipe argentina abandonou ontem a
disputa contra o Chile pela zona
sul-americana da Copa Davis, alegando não haver segurança.
Enrique Morea, presidente da
Federação Argentina de Tênis,
declarou que a decisão é "irrevogável". Os atletas e dirigentes argentinos partiram ontem à tarde
para Buenos Aires, negando-se a
disputar as demais partidas.
O problema aconteceu no segundo jogo de simples disputado
na sexta-feira -no primeiro, o
chileno Marcelo Ríos derrotou o
argentino Hernán Gumy por 3
sets a 1 (6/4, 6/3, 4/6 e 6/1).
Depois de um primeiro set tranquilo, em que o argentino Mariano Zabaleta venceu por 7/5, o público chileno começou a hostilizar
o tenista e também o juiz dominicano Tony Hernández. No segundo set, Hernández puniu duas vezes o chileno Nicolás Massú com
a perda de um ponto por causa do
comportamento da torcida.
O jogo chegou a ficar parado
por cinco minutos. O chileno
aproveitou a paralisação e venceu
por 6/2. No terceiro, Zabaleta, o
primeiro tenista de seu país, venceu por 7/6, com 7/1 no tie-break,
resistindo às provocações da torcida chilena.
Os chilenos então passaram a
atirar todo tipo de objeto para
dentro da quadra e contra os torcedores argentinos.
O pai de Zabaleta foi ferido na
cabeça. Medicado, teve de levar
dez pontos de sutura no local.
O jogo foi interrompido, e os argentinos saíram sob proteção policial. "Tenho medo que me acertem um tiro. Temo pela minha vida e quero voltar", disse Zabaleta.
"Isso foi uma loucura. Estão todos
descontrolados", completou.
As cenas de agressão foram amplamente mostradas pelas TVs
argentina e chilena.
A decisão de abandonar a disputa foi comunicada por Morea.
Ele afirmou que, apesar de ter
concordado inicialmente com o
juiz Hernández, de jogar as partidas restantes sem público no Parque O'Higgins, em Santiago, a delegação voltou atrás.
"Os jogadores ficaram muito
assustados e quiseram abandonar
o país o quanto antes", declarou.
A equipe chilena, dirigida pelo
técnico Patricio Cornejo, informou no sábado que se apresentará normalmente para os jogos.
Com isso, os chilenos esperam ganhar o confronto por WO.
Mas a Argentina pretende vencer nos tribunais. Morea afirmou
que irá apresentar uma reclamação para a Federação Internacional de Tênis. "A FIT não pode deixar passar esse escândalo. Eles
têm que punir o Chile, e nós vamos reclamar que dêem por ganhas estas partidas para nós."
Se isso for acatado, a Federação
Chilena pode pegar uma pena de
três a cinco anos de suspensão.
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