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Santos administra rivalidade
interna diante do Mogi Mirim
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
O Santos tenta na partida contra
o Mogi Mirim, hoje, às 16h, administrar a rivalidade entre os seus
jogadores, provocada pela disputa por posições na equipe.
Dois titulares -Robert e Dodô- têm suas posições ameaçadas por dois reservas em ascensão
-Caio e Deivid.
O técnico Carlos Alberto Silva
só vai anunciar os titulares pouco
antes do início da partida. A única
certeza é que, dos seis jogadores
que integram o meio e o ataque,
somente Rincón, Valdo e Valdir
têm vaga assegurada. O volante
Baiano deve atuar hoje, mas também tem a sua posição ameaçada.
Caio foi titular nos dois primeiros jogos do Paulista. Começou a
ficar no banco de reservas na derrota para o Corinthians (5 a 1) e
não voltou mais. Contra o Serra
(ES), na última quarta-feira, pela
Copa do Brasil, foi o titular porque Baiano estava ausente.
Ele diz se sentir melhor quando
é escalado para jogar pela esquerda, setor onde atua Robert. "Me
sinto mais à vontade naquele setor porque a minha perna boa é a
direita e ali tenho a maior parte do
campo para trabalhar. Do lado direito, tenho só a linha de fundo."
O novato Deivid caiu nas graças
de Silva. O treinador se impressionou com a capacidade do jogador de desequilibrar as partidas
em favor do Santos quando entra
no segundo tempo. Contra o Serra, fez dois gols em 12 minutos na
vitória por 3 a 0.
"Meu pensamento é manter os
pés no chão, com humildade.
Quando chegar a hora de sair jogando, vou aproveitar a oportunidade. O professor (Silva) tem
muita vivência no futebol e sabe o
que está fazendo", disse Deivid.
A disputa anima os dois reservas, mas desagrada os titulares.
Dodô e Robert demonstram insatisfação com a situação. No Espírito Santo, Dodô reclamou de ter
sido substituído por Deivid.
Ele deixou o gramado balançado a cabeça para os lados e chegou
a dizer um palavrão. O atacante
manteve as críticas mesmo depois
de ser chamado por Silva para dar
explicações sobre a sua atitude.
"Acho que não merecia sair,
mas o Carlos Alberto é a autoridade máxima e tem o direito de fazer o que quer. Agora, já está tudo
superado, mas eu continuo com a
minha opinião, e ele, com a dele",
afirmou o jogador.
Foi a segunda partida consecutiva em que o treinador tirou Dodô. Na primeira, no empate em 1 a
1 com a Lusa, o atacante deixou o
gramado da Vila Belmiro vaiado
pelos torcedores.
Robert também discorda do
treinador e diz se sentir incomodado com a ameaça da reserva.
Contratado do Atlético-MG para
ser o articulador das jogadas
ofensivas, ele só atuou durante
uma partida inteira. Foi na vitória
por 1 a 0 sobre a Ponte Preta.
O jogador diz se sentir "muito
bem" tecnicamente e afirma estar
se empenhando para cumprir as
ordens do treinador santista.
"Jogador nenhum gosta de sair
sempre. Isso prejudica meu lado
profissional porque fico marcado.
Na minha ótica, estou indo bem,
mas, às vezes, ele (Silva) olha o jogo de outro jeito."
Evitando causar mais polêmica,
o treinador não contestou as opiniões dos jogadores insatisfeitos e
chegou a afirmar que foi positiva
a crítica feita por Dodô.
"Entendo isso como a atitude de
um jogador que quer atuar. Não
deve ser tomada em público, mas
compreendo a reação", afirmou.
Segundo o técnico, no atual estágio do time, são os próprios jogadores que vão definir quem será escalado ou não.
"A base da equipe está montada. Agora, é dessa base que vai
sair o time. Os jogadores que forem subindo de produção podem
ganhar lugar na equipe", afirmou
o técnico santista.
Apesar de Silva não comentar as
chances que cada atleta tem de ganhar a disputa e começar o jogo
de hoje, Baiano dificilmente ficará
fora da partida.
Ele deve voltar ao time para melhorar o desempenho na marcação. Contra o Serra, Silva optou
por uma formação mais ofensiva,
com Rincón, Valdo, Robert e
Caio. A estratégia funcionou, e o
time se classificou para a próxima
fase da Copa do Brasil.
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