São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004 |
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Com público reduzido, Sauípe assiste hoje ao efeito da maior crise da história do tênis brasileiro Política converte barbada da Davis em duelo de risco
FERNANDO ITOKAZU ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE A princípio, o duelo Brasil x Paraguai, pela segunda divisão da Copa Davis, seria previsível. Com a equipe completa, o Brasil, teoricamente, não teria dificuldade para sair de quadra vitorioso. Além disso, a presença de Gustavo Kuerten seria um grande chamariz para o público. Mas, mesmo com a ausência do maior tenista da história do país e até motivado por isso, o confronto que começa hoje e prossegue até domingo na Costa do Sauípe ganhou características bastante peculiares. Esportivamente, o duelo que era considerado uma barbada -o melhor tenista paraguaio ocupa apenas a 191ª posição- ficou muito mais equilibrado. Os jogos entre brasileiros e paraguaios acontecem na mesma quadra onde foi disputado o Torneio da Costa do Sauípe, único evento de primeira linha da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) disputado no Brasil. A quadra central do complexo, porém, foi readaptada. Dos 4.500 lugares disponíveis no torneio da ATP, restaram cerca de 3.200. Segundo a assessoria da CBT, até o final da tarde de ontem haviam sido comercializados cerca de 2.000 ingressos. Na semana do Carnaval, enquanto o público vibrava com a campanha de Guga, que encerrou seu maior jejum no saibro, as conversas que resultaram no boicote eram acaloradas nos corredores dos hotéis. Foi durante o torneio que os principais jogadores do país começaram a cogitar a não-participação contra o Paraguai. Na véspera do início do evento, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Nelson Nastás, anunciou que Jaime Oncins substituiria Ricardo Acioly no posto de capitão da equipe na Davis. A troca aconteceu sem consulta aos tenistas, que tinham restrições ao trabalho do dirigente. Nastás, que já enfrentava denúncias de irregularidades, viu o principal jogador do país condicionar sua participação na Davis com a sua saída da CBT. Além disso, a atitude de Guga foi seguida pelos outros jogadores. Com a decisão dos tenistas, Oncins também entregou o cargo. Estava deflagrada a maior crise na história da modalidade no Brasil. Nastás, que com a ameaça de boicote havia dito que cumpriria seu mandato até o fim, em dezembro, decidiu então recuar. Antecipou a eleição para 15 de maio, com o compromisso de não se candidatar e renunciar após a definição de seu sucessor, e deu autonomia aos jogadores para formar a comissão técnica. Os tenistas mantiveram a posição. E a CBT se viu a poucos dias do confronto sem time e capitão. Foi formada uma equipe muito diferente da original. Sem um grande ídolo e sem experiência -o mais bem colocado é Marcos Daniel, 198 do mundo, e o único com partidas na Davis no currículo é Alexandre Simoni. A maioria dos presidentes das federações que vão definir o novo presidente da CBT está na Costa do Sauípe e quer aproveitar a presença da mídia para anunciar nomes para a disputa eleitoral. Enquanto os dirigentes se preparam para a batalha, os jogadores já entram em ação. Às 10h, o número um do Brasil, Marcos Daniel, enfrenta o dois paraguaio, Francisco Rodrigues. Na seqüência, Júlio Silva, que ganhou o posto de segundo do Brasil por uma questão estratégica, enfrenta Ramon Delgado. Amanhã, às 12h, Alexandre Simoni e Josh Goffi enfrentam Delgado e Paulo Carvallo. E no domingo acontece a inversão dos confrontos: Daniel enfrenta Delgado, às 10h, e Silva pega Rodrigues na quinta partida. O jornalista Fernando Itokazu se hospeda a convite da Koch Tavares Política converte barbada da Davis em duelo de risco - Brasil x Paraguai, ao vivo, a partir das 10h, na Sportv Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: País adota jogo de equipe contra principal rival Índice |
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