São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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TÊNIS

Em busca da próxima

Roddick mostra que, após perder e perder, nada melhor do que levantar, olhar para a frente e aguardar a próxima

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

VOCÊ ENTRA em quadra diante dos fãs, perto do lugar onde nasceu, na semifinal do Masters. Você perde, mas tudo bem, afinal ele é o número um do mundo.
Nova temporada, você tem a chance de ganhar Wimbledon, mas perde de novo para o sujeito. Um mês depois, joga pelo título de um Masters Series, mas perde de novo.
Chega à final na Tailândia, mas encontra o tal tenista e perde. Ano novo, nova chance de se consagrar em Wimbledon. O que acontece? Perde pela quinta vez seguida. Outra chance de ganhar um Masters Series e o que acontece? Pois é...
Chega a mais uma temporada: e, o Grand Slam que você joga em casa, só não leva porque, na final, cruzou com quem? Ele... Mais um Masters e a chance de se redimir de tantas derrotas -não perca a conta: sete seguidas. Aliás, oito, com o Masters.
A temporada seguinte começa com uma bela campanha no primeiro Grand Slam. Fase ótima, bons jogos, até que, na semifinal, você entra confiante e termina desolado com um 6/4, 6/0 e 6/2. O ano segue, você tem mais uma chance, de novo em casa, Grand Slam. Não faz feio e perde: 7/6, 7/6 e 6/2. Para variar, mais um Masters e nova derrota.
Após isso tudo, Andy Roddick ainda se atreveu a entrar em quadra contra Roger Federer nas quartas em Miami. Para um jogo que já valeu título de Wimbledon, do Aberto da Austrália, de outros Masters Series, apenas mais um. Para tenistas que já ganharam tudo, mais um.
Mas Roddick jogou como se fosse o último dia de sua carreira. Ganhou o primeiro set no tie-break, apertadíssimo, perdeu o segundo e, no terceiro, quem diria, sorriu vencedor.
"Ao contrário de muitos, sempre acreditei que tinha chance contra ele. Era por isso que sempre voltava à quadra para trabalhar após cada derrota", disse. "Não vou sentar aqui como se de repente tivesse resolvido todos os problemas. Ainda tenho só 2 vitórias contra 15, ainda ridículo...
Mas um pouco menos ridículo."
Ridículo? Menos ridículo? Apenas duas vitórias? Só, mas a última delas, com todo o respeito e os aplausos que um esportista pode merecer.

EM SOROCABA
Vice no Challenger de Napoli, Marcos Daniel é o número um da equipe que joga a partir de sexta a Copa Davis. Com Thomaz Bellucci, e André Sá e Marcelo Melo nas duplas, o Brasil deve ganhar fácil.

EM CAMPINAS
A Sociedade Hípica recebe a segunda etapa da Credicard Citi MasterCard Junior's Cup. Os jogos são gratuitos e vão até domingo.

ERREI
Marat Safin não ganhou o Masters Series de Hamburgo, como publicado na semana passada. Ele foi vice -em 2002, perdeu de Federer, e em 2000, de Gustavo Kuerten.


reandaku@uol.com.br

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