|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TOSTÃO
Teorias e racionalizações
Futebol é mais complexo que imaginamos. Nós é que tentamos simplificá-lo com teorias e racionalizações
TODOS OS TIMES brasileiros devem se classificar para a próxima fase da Libertadores. O
Flamengo tem hoje dois fortes adversários: a altitude e o desamparo
dos atletas quando atuam fora do
Maracanã.
O Cruzeiro, que tem menos jogadores brilhantes e/ou menos famosos do que São Paulo, Flamengo e
Fluminense, foi muito bem até agora. No ano passado, o Cruzeiro jogava bonito, fazia e sofria muitos gols.
Hoje, o time faz menos gols e leva
menos ainda. Ficou mais equilibrado. Para isso, o técnico Adílson Batista trocou um dos dois meias ofensivos por um terceiro volante.
Quando Dodô voltar, o Fluminense terá um problema parecido. Com
dois atacantes e dois meias ofensivos, o time tem muito mais chance
de brilhar como na goleada contra o
Arsenal. Mas Renato sabe que em
certos jogos o time será mais eficiente com um terceiro volante (Cícero)
no lugar de um dos quatro da frente.
Pela mesma razão, Alex Fergusson, técnico do Manchester, costuma trocar o atacante Tevez por mais
um armador. Nem sempre dá certo.
Como há tantos fatores envolvidos na atuação de uma equipe e no
resultado de um jogo, muitas vezes
um técnico substitui ou adota uma
tática errada e dá certo. Outras vezes, faz certo e dá errado.
Equipes que jogam bonito e que
fazem muitos gols, mas que possuem fracas defesas, não costumam
ganhar títulos importantes, como
Cruzeiro e Botafogo no Brasileiro do
ano passado. Da mesma forma,
equipes fortes na defesa, disciplinadas, porém com muitos jogadores
medianos do meio para a frente,
também não vencem, como o Corinthians.
Gosto muito e torço para times e
treinadores ousados que saem da
mesmice e que arriscam. Mas reconheço que os mais eficientes técnicos são os que conhecem as várias
possibilidades e que sabem usá-las
no momento certo.
O Palmeiras joga bonito, faz muitos gols, tem alguns excelentes jogadores e é também um time organizado e equilibrado. Marca e ataca bem.
O São Paulo não tem o mesmo
brilho, marca menos gols, tem menos opções, mas possui também alguns excelentes e experientes jogadores, muita força física e pode, a
qualquer momento, recuperar o
bom conjunto.
O Palmeiras tem mais chance que
o São Paulo no Paulistão porque está
um pouco melhor e, principalmente, porque leva vantagem de jogar
por dois empates ou por uma vitória
e uma derrota pela mesma diferença
de gols.
O futebol é mais complexo do que
imaginamos. Nós é que tentamos
simplificá-lo com teorias e racionalizações. Depois do fato acontecido,
tudo fica mais simples e mais fácil.
Piada pronta
A Federação Paulista de Futebol
ter o mando de campo é piada. É o
país da piada pronta, como diria
José Simão. Deveria ser um jogo no
campo do São Paulo e outro no do
Palmeiras. Morumbi não é campo
neutro.
Se existiam condições para se
jogar no Parque Antártica durante
o campeonato, tem de haver para
os jogos finais. Se isso realmente
não for possível por um novo motivo, o Palmeiras deveria ter o direito
de escolher onde jogar, até no
Morumbi.
Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Em busca da próxima Próximo Texto: PM deve aprovar clássico em Ribeirão Índice
|