São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TOSTÃO

Teorias e racionalizações

Futebol é mais complexo que imaginamos. Nós é que tentamos simplificá-lo com teorias e racionalizações

TODOS OS TIMES brasileiros devem se classificar para a próxima fase da Libertadores. O Flamengo tem hoje dois fortes adversários: a altitude e o desamparo dos atletas quando atuam fora do Maracanã.
O Cruzeiro, que tem menos jogadores brilhantes e/ou menos famosos do que São Paulo, Flamengo e Fluminense, foi muito bem até agora. No ano passado, o Cruzeiro jogava bonito, fazia e sofria muitos gols. Hoje, o time faz menos gols e leva menos ainda. Ficou mais equilibrado. Para isso, o técnico Adílson Batista trocou um dos dois meias ofensivos por um terceiro volante.
Quando Dodô voltar, o Fluminense terá um problema parecido. Com dois atacantes e dois meias ofensivos, o time tem muito mais chance de brilhar como na goleada contra o Arsenal. Mas Renato sabe que em certos jogos o time será mais eficiente com um terceiro volante (Cícero) no lugar de um dos quatro da frente.
Pela mesma razão, Alex Fergusson, técnico do Manchester, costuma trocar o atacante Tevez por mais um armador. Nem sempre dá certo.
Como há tantos fatores envolvidos na atuação de uma equipe e no resultado de um jogo, muitas vezes um técnico substitui ou adota uma tática errada e dá certo. Outras vezes, faz certo e dá errado.
Equipes que jogam bonito e que fazem muitos gols, mas que possuem fracas defesas, não costumam ganhar títulos importantes, como Cruzeiro e Botafogo no Brasileiro do ano passado. Da mesma forma, equipes fortes na defesa, disciplinadas, porém com muitos jogadores medianos do meio para a frente, também não vencem, como o Corinthians.
Gosto muito e torço para times e treinadores ousados que saem da mesmice e que arriscam. Mas reconheço que os mais eficientes técnicos são os que conhecem as várias possibilidades e que sabem usá-las no momento certo.
O Palmeiras joga bonito, faz muitos gols, tem alguns excelentes jogadores e é também um time organizado e equilibrado. Marca e ataca bem.
O São Paulo não tem o mesmo brilho, marca menos gols, tem menos opções, mas possui também alguns excelentes e experientes jogadores, muita força física e pode, a qualquer momento, recuperar o bom conjunto.
O Palmeiras tem mais chance que o São Paulo no Paulistão porque está um pouco melhor e, principalmente, porque leva vantagem de jogar por dois empates ou por uma vitória e uma derrota pela mesma diferença de gols.
O futebol é mais complexo do que imaginamos. Nós é que tentamos simplificá-lo com teorias e racionalizações. Depois do fato acontecido, tudo fica mais simples e mais fácil.

Piada pronta
A Federação Paulista de Futebol ter o mando de campo é piada. É o país da piada pronta, como diria José Simão. Deveria ser um jogo no campo do São Paulo e outro no do Palmeiras. Morumbi não é campo neutro.
Se existiam condições para se jogar no Parque Antártica durante o campeonato, tem de haver para os jogos finais. Se isso realmente não for possível por um novo motivo, o Palmeiras deveria ter o direito de escolher onde jogar, até no Morumbi.


Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Em busca da próxima
Próximo Texto: PM deve aprovar clássico em Ribeirão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.