Diante de ao menos 38 mil no Morumbi, equipe joga para se preparar sem turbulência para o clássico de domingo

Muricy Ramalho comanda treino fechado e deve optar pelo esquema 4-4-2 no jogo em que luta para consolidar liderança na Libertadores

TONI ASSIS
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fazer um gol logo de cara. Ficar alerta com os contra-ataques. E definir a vitória dentro de casa o quanto antes para evitar qualquer pressão da torcida.
Essas três metas o São Paulo usará hoje, às 19h15, contra o Defensor do Uruguai, no Morumbi, em jogo que pode deixar o time ainda mais confortável em relação à classificação para a próxima fase da Libertadores.
Porém, mais do que tranquilidade no interclubes continental, o time são-paulino quer chegar com moral em alta para enfrentar o Corinthians no domingo, na partida de ida pelas semifinais do Paulista.
A rivalidade, acirrada após a troca de farpas e os tumultos no último duelo entre os times, faz com que o São Paulo dê o mesmo peso ao jogo desta noite e ao clássico válido pelo Estadual.
"A gente tinha que dar prioridade às duas competições. Não temos como chegar à [fase] final do Paulista e abrir mão", falou o técnico Muricy Ramalho.
Apesar de evitar falar dos rivais de domingo, os são-paulinos deixaram claro a pressão que sentem. "O resultado do jogo [ante o Defensor] vai ter relação direta para o duelo contra o Corinthians. Mas acredito que o nosso time já tenha a experiência necessária para lidar com esse tipo de situação", disse o meio-campista Hernanes.
Até o preço dos ingressos mostra a alteração de rumo são-paulina. Os bilhetes das semifinais do Paulista custam mais do que os do jogo de hoje. Isso até ajudou o clube a esgotar os ingressos das arquibancadas e computar 38.990 entradas já vendidas, o que assegura o melhor público deste ano em partidas do São Paulo.
"A pressão que o Muricy coloca no Paulista está sendo igual à da Libertadores. Antes, a obrigação era estar classificado entre os quatro. Agora é para chegar à final do Estadual. É 50% de pressão para cada competição", disse o volante Jean.
Além da rivalidade, o São Paulo quer mostrar força no clássico devido às rusgas com a Federação Paulista de Futebol, iniciadas em 2008 e intensificadas durante o Estadual.
Um fator que ajuda o time a focar o Paulista é o fato de viver boa situação na Libertadores. A equipe de Muricy é líder isolada de seu grupo, com sete pontos, três a mais que o Defensor e que o Independiente Medellín, que disputou um jogo a mais.
Diante dos uruguaios, Muricy deve manter o time no 4-4-2, para deixá-lo mais ofensivo.
"É um esquema que está bem treinado, como o 3-5-2. Se tivermos que optar por um ou por outro, não vai ter problema", afirmou Jean.
No confronto diante do Defensor em Montevidéu, o São Paulo venceu por 1 a 0 (Borges).
"É um jogo em que vamos estar diante da nossa torcida. Aqui a cobrança é sempre grande, e por isso temos de ganhar", disse Hernanes, sobre o "clima de Libertadores" no clube.
Disposto a dificultar tanto para o Defensor quanto para o Corinthians, o São Paulo fez ontem treino fechado -a imprensa esperou mais de uma hora até a abertura dos portões.