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Esmero no passe dita semifinais
Grandes de SP são os 4 melhores nas trocas de bola tanto na quantidade quanto no aproveitamento
Em nenhum Paulista ou Brasileiro desta década os top 4 na classificação foram também os mais eficientes nesse fundamento básico
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os quatro grandes voltaram
às semifinais do Paulista, depois de nove anos, com uma característica comum e que anda
em baixa no futebol brasileiro.
Corinthians, Palmeiras, São
Paulo e Santos são, em diferentes ordens, os quatro melhores
times, segundo levantamentos
do Datafolha, tanto na quantidade de passes quanto no aproveitamento no fundamento.
Essas são as únicas listas em
que os top 4 são todos grandes.
Em nenhum Estadual de São
Paulo ou no Brasileiro disputados nesta década os quatro primeiros colocados também dividiram as quatro primeiras posições nesses dois rankings.
Os quatro semifinalistas são
os únicos a superar as 300 trocas de bola por jogo, marca que
há dez anos era até comum,
mas hoje virou raridade -no
último Brasileiro, só o Palmeiras ultrapassou esse patamar.
Na média, os grandes trocam
40 bolas a mais por jogo do que
o resto do Paulista. Esses clubes foram os únicos a superar
os 83% de acerto nos passes.
O desprezo pela excelência
no passe é tamanho no país que
times de desempenho sofrível
na competição foram campeões de torneios importantes.
Em 2005, por exemplo, o São
Paulo triunfou no Paulista trocando, em média, só 259 bolas
por jogo. No mesmo ano, o Corinthians foi o vencedor do Nacional com acerto inferior a
82% nos passes, apenas o oitavo melhor naquela edição.
A principal vantagem de tratar a bola com esmero é que
quem faz isso normalmente fica mais tempo com ela.
Esse era o desejo de Dunga
para a seleção brasileira no jogo
contra o Equador pelas eliminatórias sul-americanas, no
mês passado. Como fracassou
(foram só 263 passes e 75% de
aproveitamento), o Brasil foi
bombardeado, sofrendo 39 finalizações, um recorde.
Não é o que acontece com os
grandes no Paulista-2009.
Líder no fundamento, tanto
em quantidade como em qualidade, o São Paulo foi o segundo
time que teve sua meta menos
ameaçada na primeira fase
-sofreu, em média, 10,5 finalizações por jogo. Só perdeu para
o Corinthians, com 10,1. Em
terceiro ficou o Santos (12). O
Palmeiras foi o quinto (13,3).
A importância do passe é
exaltada pelos treinadores.
"O primeiro fundamento do
futebol é o passe, e nós temos
de melhorar isso. Quando dá
tempo, a gente faz o treinamento de acordo com o jogo anterior. Se finaliza mal, treina finalização. Se erra muito passe,
treina passe", disse o são-paulino Muricy Ramalho, depois de
um jogo em que sua equipe não
teve, segundo ele, um bom desempenho no fundamento.
Os quatro melhores do atual
Paulista têm volantes como
melhores passadores. Mas dois
deles, o são-paulino Jean e o
corintiano Boquita, são mais
ousados, fugindo dos passes laterais e curtos que tanto beneficiam o acerto no fundamento
dos jogadores dessa posição.
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