DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo confederações e clubes que tornaram públicas suas demonstrações financeiras não deixaram de apresentar problemas ou situações curiosas.
Algumas entidades, como a Confederação Brasileira de Tiro com Arco, por exemplo, publicou-o sem informar se o balanço passou por auditoria independente, como exige a legislação, e, caso afirmativo, qual empresa fez a tarefa.
A Confederação Brasileira de Futebol, outra que publicou o balanço, colocou no item tributos e encargos sociais o pagamento de pensão alimentícia.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da entidade não soube explicar o motivo de incluir esse tipo de despesa no demonstrativo da CBF.
Já o Comitê Olímpico Brasileiro, ao discriminar seus ativos imobilizados, apresentou imóveis no valor de R$ 1,353 milhão. No ano anterior, ao ativo foi atribuído valor bem menor -R$ 278 mil. Por intermédio de sua assessoria, o COB explicou que não comprou nenhum imóvel em 2003, mas que realizou uma ""reavaliação do ativo imobiliário da entidade".
Já a Confederação Brasileira de Lutas Associadas quer publicar três balanços em um.
Segundo Davidson Cesar, secretário-geral da entidade, os documentos contábeis das gestões anteriores sumiram e ele tenta encontrá-los para ""refazer o passado". ""Está meio complicado, porque queremos fazer tudo de uma vez só e ainda não conseguimos arrumar toda a papelada para a contabilidade", afirmou o dirigente.
No caso dos clubes de futebol, a situação também é complicada. Nem todos, por exemplo, declararam suas dívidas com o INSS. "Hoje, nem o melhor contador do Brasil conseguiria comparar os balanços de dois clubes, já que não existe regulamentação contábil para a elaboração dos demonstrativos financeiros", aponta o advogado Gustavo Oliveira.
Dos 22 times da Série A do Brasileiro que tornaram públicas suas contas, o mais endividado foi o Flamengo. O clube diz ter dívidas de R$ 216 milhões, R$ 10 milhões a mais do que no ano anterior. (JCA E LF)

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