DA REPORTAGEM LOCAL

O último dia do Troféu Brasil, seletiva que define a equipe do Brasil para a Olimpíada de Atenas, confirma a mudança de status dos estilos no país.
O medley, que combina os quatro estilos, brilha mais que os 100 m livre, prova que nos últimos Jogos mais deu medalhas ao Brasil.
Sem contar as eliminatórias de ontem, só Gustavo Borges já havia nadado os 100 m livre, primeira disputa de hoje, abaixo do índice olímpico (49s63). Nos últimos Jogos, o Brasil contava com dois representantes entre os grandes nomes da prova, além de Borges havia também Fernando Scherer.
Por isso, mesmo que o nadador conseguisse "apenas" uma vaga no revezamento 4 x 100 m livre, ele entrava na disputa por uma medalha na Olimpíada.
Em Atlanta-96, o Brasil foi o único país com dois representantes na final dos 100 m livre e ficou em quarto no revezamento.
Na última edição dos Jogos, os dois principais nadadores do país não acompanharam a evolução dos adversários, mas integraram a equipe medalha de bronze.
A situação atual é bem diferente. No último Mundial, em Barcelona-03, o Brasil amargou o 12º posto. Além disso, nenhum nadador do país, antes das eliminatórias de ontem, aparecia entre os 20 melhores do ranking mundial.
Se a fase no livre não é boa, a do medley é totalmente oposta. O 200 m, última prova individual do programa, tem dois atletas com índice: Thiago Pereira, que é o terceiro do ranking, e Diogo Yabe.
Pereira foi a grande sensação do torneio ao bater o recorde dos 400 m medley, de Ricardo Prado desde 1984. Na mesma prova, Lucas Salatta também fez o índice.
"Comparando com a minha época de nadador, o cenário é completamente outro. Temos grandes nadadores de medley, e sinto que muitos outros virão", afirmou Prado, ex-recordista mundial dos 400 m medley.