Time usa como exemplo partida contra o River Plate, há 2 anos, para superar o estilo viril do Grêmio em Porto Alegre

Josué ressalta importância de esfriar torcida rival e diz que equipe não pode afinar no jogo que vale a passagem às quartas da Libertadores

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante do futebol mais argentino entre os Estados brasileiros, o São Paulo está pronto para usar a catimba dos "hermanos" a fim de voltar de Porto Alegre com a classificação às quartas-de-final da Taça Libertadores da América assegurada.
Para o jogo de hoje, às 21h45, no Olímpico, diante de um Grêmio motivado pela conquista do título estadual, os são-paulinos pretendem usar todas as artimanhas que envolvem uma "decisão" de Libertadores.
"A catimba faz parte do jogo e pode definir tudo em um lance", afirmou o volante Josué. "Temos de ficar sempre em cima da bola, adiantar a barreira nas cobranças de falta, falar o tempo todo com o juiz, não afinar nas discussões em campo e sermos rápidos nas cobranças de falta e nas de lateral."
Além disso, ele ainda apontou a vitória da equipe sobre o River Plate em Buenos Aires, pela Libertadores de 2005, como referência. "Fizemos um gol no início e esfriamos a torcida deles", falou, sobre os 3 a 2.
O técnico Muricy Ramalho apontou ainda outra semelhança entre os jogos na Argentina e o de hoje. "A torcida do Grêmio canta o tempo todo."
"Um carrinho, uma antecipação, uma marcação forte ajuda a esfriar a torcida rival. É o grande momento para a gente [da marcação] aparecer para a torcida", acrescentou o também volante Richarlyson.
Josué, contudo, ressalta a importância de manter os nervos no lugar. Isso porque na primeira partida da decisão da Libertadores do ano passado, no Morumbi, ele foi expulso de campo após uma entrada em Rafael Sóbis. "Aprendi que o excesso deve ser evitado."
A preocupação do São Paulo ao se cercar de todos os detalhes diante dos gremistas se dá pela vantagem importante, porém minguada, que a equipe leva para defender no Olímpico.
O empate dá a vaga às quartas de final. Derrota por diferença de um gol também serve, desde que o time do técnico Muricy Ramalho balance as redes.
Para que o destino das duas equipes seja definido nos pênaltis, o Grêmio precisa vencer o São Paulo por 1 a 0, mesmo placar da vitória paulista no Morumbi, na última quarta.
Muricy, mais uma vez, não adiantou a escalação. O treinador trabalhou a equipe tanto no tradicional 4-4-2 (com dois zagueiros e dois laterais) como no esquema 3-5-2 (com três zagueiros e dois alas). "Ainda preciso ver algumas coisas e conversar com os jogadores."
A única certeza é que o atacante Dagoberto, que brilhou em sua estréia na vitória sobre os gaúchos no Morumbi no primeiro duelo das oitavas-de-final, volta a ser opção para entrar no decorrer do jogo.
O fato de o São Paulo ter sido eliminado somente uma vez por um brasileiro em mata-matas de Libertadores -o revés veio na final de 2006, para o gaúcho Internacional- não deixa os atletas mais relaxados para pegar o Grêmio. "É um time tão acostumado a jogos eliminatórios quanto o São Paulo", disse o zagueiro Miranda.