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Instalações, afirma COI, dão vantagem a Madri
Comitê elogia infraestrutura da capital espanhola
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI
Dois dos aspectos em que o
Rio está mais atrasado na disputa pelos Jogos de 2016 -as
instalações e o transporte público- encabeçaram a lista de
pontos positivos citados pelo
COI (Comitê Olímpico Internacional) durante a visita à Madri nesta semana.
Organizadores da candidatura da capital espanhola destacaram a diferença, chamando o
projeto do Rio de "virtual".
"Defender um projeto virtual
é meio complicado hoje em
dia", disse a delegada-chefe do
comitê Madrid 2016, Mercedes
Coghen, ao comentar o fato de
a presidente da comissão do
COI, Nawal El Moutawakel, ter
apontado, em visita ao Rio, que
os Jogos poderiam ser uma
chance para o desenvolvimento da cidade brasileira.
Ontem, contudo, Nawal admitiu que ficou impressionada
com a infraestrutura de Madri
e reconheceu que as instalações já construídas angariam
pontos para a cidade.
"É claro que isso é uma vantagem. Vimos instalações magníficas aqui", disse
Além do avançado sistema de
transporte-323 estações de
metrô, 99 de trem e 3.754 ônibus-, 77% das instalações para
as competições, segundo o comitê madrilenho, já estão prontas ou em fase de conclusão.
"Testemunhamos essa porcentagem", ratificou a marroquina.
Membros do COI evitaram
fazer comparações entre as
quatro candidatas -também
disputam Chicago e Tóquio-,
Nawal repetiu boa parte do discurso empregado no Rio. Assim
como no Brasil, disse estar "impressionada com a qualidade
da apresentação", e elogiou a
"integração" entre todas as esferas de governo.
No caso de Madri, no entanto, um outro poder, o dos reis,
angariou elogios do COI.
Ontem, no último dia de visita oficial, os membros do comitê almoçaram com os reis da
Espanha no Palácio Real de
Madri, em cerimônia com cerca de 100 pessoas, entre elas o
tenista Rafael Nadal e Raúl,
atacante do Real Madrid. Os
guardas reais vestiram trajes de
gala, que costumam ser usados
em visitas de chefes de Estado.
Durante o almoço, o rei da
Espanha, d. Juan Carlos, militou pela candidatura de Madri.
O quesito segurança foi de
novo citado pelo COI como
"prioridade máxima" para a escolha da sede olímpica, que será feita no dia 2 de outubro.
Por isso, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba,
garantiu ontem que o grupo separatista basco ETA não será
uma preocupação em 2016 e
que a cidade -que também já
foi alvo da rede terrorista Al
Qaeda- está preparada para
impedir tentativas de atentado.
Os organizadores da candidatura também se preocuparam em afirmar que a crise econômica global não afetará a
Olimpíada na Espanha, o país
mais atingido pelo desemprego
e pela recessão na Europa.
O prefeito Alberto Ruiz-Gallardón garantiu que não há risco para o orçamento de US$ 2,6
bilhões dos Jogos de Madri.
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