São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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GRUPO C/ ONTEM

Ajudada pela China, equipe faz blitz de marcação, joga pelos dois lados e lança

Contra o "vento", brasileiros esboçam esquema de Scolari

DOS ENVIADOS A SEOGWIPO

A seleção brasileira precisou de dois jogos para colocar em prática o que tem ensaiado com o técnico Luiz Felipe Scolari desde o início de sua preparação para a Copa.
Ainda assim, esse trabalho ficou facilitado pela fraca atuação da China, que, estreante em Mundiais, já havia perdido de 2 a 0 da Costa Rica na primeira partida.
As blitze de marcação, por exemplo, nem requereram tanto empenho, já que o rival errava com frequência na saída de bola.
Além desse esquema de marcação total, funcionaram os ataques pelas duas laterais do campo.
Tanto no primeiro tempo quanto no segundo, a equipe usou os dois lados e não se concentrou em só um deles em cada período, como ocorreu na partida anterior.
O total de lances desse tipo também cresceu, de 14 na estréia para 17 ontem, segundo o Datafolha.
Dos quatro gols brasileiros, dois aconteceram por meio de jogadas pelas laterais: o quarto, a partir de avanço de Cafu pela direita, e o segundo, depois de um cruzamento de Ronaldinho da esquerda.
Outro fundamento em que a seleção se destacou foi o passe longo, ao recorrer com eficiência aos lançamentos e viradas de jogo. Foram 15 ontem (8 certos), contra 9 contra a Turquia (3 certos).
O lance do quarto gol começou com um lançamento em profundidade de Rivaldo para Cafu.
Melhorou também o entrosamento entre os três principais jogadores do time nacional: o chamado trio de erres formado por Ronaldinho, Ronaldo e Rivaldo.
No segundo gol, o cruzamento de Ronaldinho foi para Rivaldo marcar. Mais do que isso aconteceu no tento seguinte, no qual o pênalti surgiu depois de uma tabela entre Ronaldinho e Ronaldo.
O principal fator para que esse entrosamento progredisse veio com a melhora na atuação de Ronaldinho, que havia tido uma performance apagada na estréia.
Apesar disso, o treinador brasileiro preferiu sacar o meia-atacante no intervalo e colocar Denílson, o que acabou por diminuir o ritmo da equipe na etapa final.
O que voltou a não funcionar bem foi o trabalho da defesa. Contra um adversário fraco, o Brasil chegou a ver uma bola acertar sua trave. No início e no final do confronto, sofreu pressão da China.
Isso aconteceu mesmo com a substituição de Edmilson, cuja atuação na estréia não agradou, por Anderson Polga, para cumprir a função de líbero no esquema tático com três zagueiros.
A atuação individual do novo titular se sobressaiu em relação à de Edmilson na partida anterior.
Anderson Polga conseguiu quase o mesmo número de desarmes (18 contra 19), mas registrou um melhor aproveitamento nos passes -90,2% contra 81,3%. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)


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