São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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GRUPO G/ ONTEM

Com gols anulados e sem vibração, Azzurra cai após 12 jogos sem derrota em Copa

Virada em 3 minutos tira da Itália invencibilidade recorde

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A IBARAKI

A Itália perdeu muito mais que um simples jogo para a Croácia ontem em Ibaraki. Perdeu a chance de igualar um antigo recorde do Brasil: invencibilidade de 13 jogos em Copas do Mundo.
A derrota por 2 a 1, de virada, deixa a seleção italiana em situação desconfortável no Grupo G. E recoloca a Croácia, terceira colocada no Mundial-98, na rota da classificação. No último jogo da primeira fase, italianos encaram motivados mexicanos, e croatas pegam os azarões equatorianos.
Com os veteranos Suker e Prosinecki no banco, a Croácia começou a partida em um ritmo forte, bem diferente do que mostrou contra o México (0 a 1).
A Itália, com quatro meio-campistas defensivos, se limitava a lançar bolas longas para Vieri. Buffon começou a ser exigido em chutes de longe e, em um arremate de Vugrinec, teve que contar com a ajuda da zaga, que afastou a sobra quase em cima da linha.
Longe de sua posição ideal, Totti tinha dificuldade para armar jogadas. Mesmo assim, o meia-atacante foi o mais caçado em campo -recebeu oito faltas- e o mais atuante da Itália, finalizando quatro vezes e realizando quatro lançamentos e dez cruzamentos. Chegou até a acertar em lance incrível na segunda etapa -a bola passou entre a linha do gol e o goleiro Pletikosa após tocar na trave.
A Croácia, desarmando melhor do que na primeira partida -158 a 151-, perdendo menos bolas -52 a 58- e com mais pegada -fez 21 faltas contra 18-, permitiu ainda que a Itália abrisse o placar no segundo tempo.
Aos 10min, Doni cruzou da direita na medida para Vieri testar no canto esquerdo do goleiro Pletikosa. Seria o segundo gol da Itália, já que, um pouco antes, o juiz havia anulado equivocadamente um outro gol de Vieri, de cabeça.
Quando tudo levava a crer que a Itália ampliaria a invencibilidade, o técnico Mirko Jozic usou o banco de reservas croata e apostou em novos nomes: Olic e Vranjes.
Com os dois em campo, a Croácia voltou a pressionar e obteve o que não conseguiu contra o México: eficiência nas finalizações.
Igualando seu número de finalizações da estréia -dez-, viu Olic empatar aos 28min, após cruzamento de Jarni, e, três minutos depois, Rapaic virar o jogo, com um gol tão bonito quanto estranho -meio desequilibrado, ele tocou com a ponta da chuteira e, marcado por um rival, viu a bola entrar sem força no ângulo direito de Buffon.
""Eu destaco o coração de meus jogadores. Eles foram heróis no jogo, pois, nos últimos 20 minutos, tínhamos três contundidos em campo", disse Jozic.
A Itália ainda criou seguidas chances e teve outro gol anulado pelo árbitro -ele viu falta de Inzaghi-, mas era tarde.
Agora a Itália tem três pontos, como a Croácia, e mantém a tradição de sofrer em Copas.



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