Poucas vezes se pode dizer com justiça que "o Brasil tem obrigação de vencer e de golear" quanto em um jogo como o de ontem. A China é frágil, para dizer o mínimo, e não tinha pretensão de vencer o Brasil. Se os chineses fizessem uma excursão por aqui, venceriam algum time brasileiro?
Pois bem, o Brasil goleou. Mas temo que esse jogo não tenha muita utilidade para o futuro, porque a seleção apresentou os mesmos problemas de sempre e não sei se Luiz Felipe está de acordo com essa análise.
Há uma distância enorme entre a defesa e o ataque, e também entre os meias, os atacantes e os laterais quando o Brasil tem a posse de bola.
A seleção foi treinada para marcar a saída do rival, mas, quando ele supera a pressão, ainda que seja com um chutão, fica fácil, até para a China, chegar à nossa área e medir forças com os zagueiros. E é óbvio que a seleção não treinou o suficiente para superar uma forte marcação. Até os 16min, quando Roberto Carlos fez o primeiro gol, o Brasil não tinha conseguido furar a barreira e se impor. E não conseguiu até o final.
Felipão, como todo técnico, é acusado de ser teimoso, mas, na verdade, é volúvel demais. Escolheu Polga para ficar mais fixo, e ele atuou como volante... O Brasil precisa desesperadamente de criatividade e de presença no meio, e não teve. E precisa de conjunto, mas o time é sistematicamente desmontado no intervalo. Não fomos melhores do que fomos ante a Turquia.

soninha.folha@uol.com.br



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