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Australianos radicalizam treinamento do Brasil
Sessões realizadas em campos reduzidos viram mania entre equipes do Grupo F
Holandês Guus Hiddink, treinador dos australianos, divide o grupo em times de cinco atletas, semelhante
a jogos de futebol soçaite
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A ÖHRINGEN
Os treinos em campo reduzido, quase sempre em metade
dele, estão em alta na Copa, pelo menos no Grupo F. Assim como o técnico Carlos Alberto
Parreira, que transformou esse
tipo de treino em mania na preparação da seleção brasileira
para o Mundial, o badalado
treinador holandês Guus Hiddink faz algo semelhante na seleção australiana, mas com um
toque mais moderno.
No treinamento da Austrália
ontem, na cidade alemã de Öhringen, o técnico que levou Holanda e Coréia do Sul às semifinais nas duas últimas Copas colocou duas traves nas intermediárias do campo. Mas botou
para jogar equipes com só cinco
atletas na linha, deixando ""times de fora", como nas peladas.
"Mantenham o trabalho
ofensivo e defensivo", pedia aos
jogadores, que em poucos minutos davam lugares às equipes
que esperavam na beira do gramado. A disputa lembrou bastante o futebol soçaite.
A prática sucedeu treinos de
passes rápidos, curtos e longos,
tabelinhas e corridas com a bola. ""Ele [Hiddink] é um grande
motivador, mas sabe cuidar
muito bem da organização do
time. É um grande treinador",
disse Harry Kewell, um dos
poucos destaques individuais
da seleção australiana.
Só após quase uma hora de
treino os jogadores foram liberados para ensaiar cobranças
de escanteio e saídas do gol.
Parreira, técnico de geração
diferente da de Hiddink, faz algumas restrições ao método
que utiliza apenas meio campo
nos treinamentos.
""Você não pode avaliar o julgamento de uma equipe, de um
jogador, em um treinamento de
campo reduzido, situação bem
diferente da que a gente vai encontrar em uma partida", disse
o técnico, que não fez mais do
que três coletivos na Europa.
Esse tipo de trabalho ainda
não foi dado desde que o Brasil
chegou à Alemanha. Na Arena
Zagallo, em Königstein, os períodos de treino têm sido usados para ensaiar jogadas, acertar posicionamento defensivo e
ofensivo e moldar fisicamente
a equipe. Tudo em metade do
gramado -e com 22 atletas.
Os "rachões" também são
disputados em metade do campo. É uma forma de descontração, mas normalmente os jogadores são orientados a dar só
um ou dois toques na bola.
"Eu acho que poucas equipes
ousarão enfrentar o Brasil de
peito aberto. Sempre a gente
vai ter um bloqueio de oito, nove jogadores atrás", diz Parreira ao justificar sua opção.
Hiddink enfrentou de igual
para igual o Brasil na semifinal
da Copa-98 com a Holanda. Em
jogo eletrizante, em que os times jogaram abertos, a seleção
brasileira triunfou apenas nos
pênaltis após um empate por 1
a 1. "Sem dúvida, fica mais fácil
quando você consegue jogar
com espaço", afirmou.
Colaboraram EDUARDO ARRUDA , PAULO COBOS , RICARDO PERRONE e SÉRGIO RANGEL ,
enviados especiais a Königstein
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