São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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Perfil

Guima, 1º do Brasil à prova, luta por 2ª fase

DO ENVIADO A MUNIQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Favoritismo, final, título, hexacampeonato. Nada disso passa pela cabeça de Alexandre Guimarães, o primeiro brasileiro a pisar em gramados alemães na Copa.
Ele, aliás, se sentirá vitorioso se levar a Costa Rica à segunda fase. Já bastaria para que repetisse com a prancheta na mão uma façanha que obteve com os pés, quando foi às oitavas na Itália-90.
Hoje, no Estádio de Munique, sua missão é comandar a desacreditada equipe contra os donos da casa, no jogo que abre a Copa do Mundo.
Mais do que uma boa performance, o naturalizado costarriquenho deseja salvar a honra de um país que é apontado pelos alemães como um rival muito frágil.
"Sei o que é representar a Costa Rica. Sei do que meus jogadores são capazes. E sei que estamos prontos para entrar em campo e provar que formamos uma boa equipe", promete o treinador.
Boa o suficiente para repetir o que o Senegal fez em 2002, ao derrubar a campeã França logo no jogo inaugural? "Esse tipo de resultado acontece", diz Guimarães.
Técnico da seleção já no último Mundial, ele não conseguiu levar o time aos mata-matas. Agora, aos 46 anos, adotou um estilo à la Luiz Felipe Scolari para não falhar. Usa as declarações dos rivais para motivar seu elenco, faz treinos secretos, grita com atletas e sacode a imprensa com algumas tiradas.
Anteontem, ao ser indagado sobre como pretendia ganhar da poderosa Alemanha, disparou: "Fazendo um gol".
Em campo, porém, sua tática é justamente oposta. Nada do futebol alegre ofensivo que sonhou implantar em 2002. Guimarães treinou com uma linha de até cinco defensores. Mais: fez pedidos especiais para que evitem faltas que possibilitem cruzamentos na área. "Sei da força do jogo aéreo alemão. Estamos prevenidos."
Organizar uma defesa tão grande pode ser tarefa complexa no futebol, mas Guima, como é conhecido, conta com experiência em outro esporte, no qual impedir o rival de marcar é muitas vezes mais importante que atacar.
Com seu 1,88 m, jogou basquete na juventude. Atuou como pivô do Astúrias, clube já extinto, mas que atuava na primeira divisão do Nacional da Costa Rica. (GUILHERME ROSEGUINI E KLEBER TOMAZ)


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