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Perfil
Guima, 1º do Brasil à prova, luta por 2ª fase
DO ENVIADO A MUNIQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Favoritismo, final, título,
hexacampeonato. Nada disso passa pela cabeça de Alexandre Guimarães, o primeiro brasileiro a pisar em gramados alemães na Copa.
Ele, aliás, se sentirá vitorioso se levar a Costa Rica à
segunda fase. Já bastaria para que repetisse com a prancheta na mão uma façanha
que obteve com os pés, quando foi às oitavas na Itália-90.
Hoje, no Estádio de Munique, sua missão é comandar
a desacreditada equipe contra os donos da casa, no jogo
que abre a Copa do Mundo.
Mais do que uma boa performance, o naturalizado
costarriquenho deseja salvar
a honra de um país que é
apontado pelos alemães como um rival muito frágil.
"Sei o que é representar a
Costa Rica. Sei do que meus
jogadores são capazes. E sei
que estamos prontos para
entrar em campo e provar
que formamos uma boa equipe", promete o treinador.
Boa o suficiente para repetir o que o Senegal fez em
2002, ao derrubar a campeã
França logo no jogo inaugural? "Esse tipo de resultado
acontece", diz Guimarães.
Técnico da seleção já no
último Mundial, ele não conseguiu levar o time aos mata-matas. Agora, aos 46 anos,
adotou um estilo à la Luiz
Felipe Scolari para não falhar. Usa as declarações dos
rivais para motivar seu elenco, faz treinos secretos, grita
com atletas e sacode a imprensa com algumas tiradas.
Anteontem, ao ser indagado sobre como pretendia ganhar da poderosa Alemanha,
disparou: "Fazendo um gol".
Em campo, porém, sua tática é justamente oposta. Nada do futebol alegre ofensivo
que sonhou implantar em
2002. Guimarães treinou
com uma linha de até cinco
defensores. Mais: fez pedidos especiais para que evitem faltas que possibilitem
cruzamentos na área. "Sei da
força do jogo aéreo alemão.
Estamos prevenidos."
Organizar uma defesa tão
grande pode ser tarefa complexa no futebol, mas Guima,
como é conhecido, conta
com experiência em outro
esporte, no qual impedir o rival de marcar é muitas vezes
mais importante que atacar.
Com seu 1,88 m, jogou basquete na juventude. Atuou
como pivô do Astúrias, clube
já extinto, mas que atuava na
primeira divisão do Nacional
da Costa Rica.
(GUILHERME ROSEGUINI E KLEBER TOMAZ)
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