São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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Memória

"Fiorês" dava magia ao espetáculo

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
EDITOR-ADJUNTO DE DINHEIRO

Pelo radinho de pilha de meu pai, conheci Fiori Gigliotti nos anos 70. Fã de futebol como 10 entre 10 garotos da rua, seguia as transmissões por aquela caixinha, sempre com meu irmão mais novo.
Fiori conseguia, de forma mágica, nos transportar para a arquibancada. "Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo." Era a senha do início de transmissões que, mais do que relatos, eram dramatizações da luta nas "quatro linhas da cancha verde".
E como ele carregava nas tintas. "Crepúsculo de jogo", em "fiorês", era de arrepiar. Queria dizer que a partida ia acabar e, naqueles casos, nós iríamos perder, mesmo com Pelé no time, para a "Academia de Parque Antarctica".
"Agüenta, coração!" era outra pérola. O meu de 13 anos até que agüentava bem, mas às vezes parecia que iria saltar pela boca.
Há muito já não o ouvia, pois o "tempo passa", e o garoto ficou lá trás. Mas é pena que "fechem-se as cortinas e termine o espetáculo" para esse autor de dramas de 90 minutos, que apresentou a magia do futebol a várias gerações.


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