São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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PAULO VINICIUS COELHO

Atestado assinado


Ao substituir Felipe Melo por Ramires, Dunga mostrou que não precisava de outro volante

JOSUÉ FOI para o aquecimento aos 35 minutos do primeiro tempo do amistoso entre Tanzânia e Brasil (1 a 5). Dois minutos depois, Ramires, Kleberson e Gilberto também foram se aquecer.
Na lógica da convocação anunciada em 11 de maio, Ramires é o reserva de Elano, e Kleberson é o suplente de Felipe Melo. Só que, quando o time voltou do intervalo, dos quatro em aquecimento, só Kleberson não foi a campo.
Ramires, da reserva de Elano, pulou para a posição de Felipe Melo. No passado recente, Dunga já cuspiu na cabeça de repórteres que lhe perguntaram sobre possíveis atuações de Ramires como volante. O técnico disse que Ramires é meia.
O próprio Dunga, no entanto, já o escalou nas duas funções. Na vaga de Elano, na Copa das Confederações. No lugar de Felipe Melo, tanto em La Paz, pelas eliminatórias, quanto no segundo tempo em Dar Es Salaam.
Voltemos, então, ao dia da convocação. A ponderação era que Kleberson é reserva do Flamengo, e Ramires já jogou tanto na posição de Elano como na de Felipe Melo. E que Daniel Alves pode substituir Elano, como fez na Tanzânia. Logo, era possível convocar um meia talentoso para dividir com Júlio Baptista a responsabilidade de ser o reserva de Kaká. Um curinga que poderia ser também suplente de Robinho. Os nomes eram Ronaldinho Gaúcho ou Ganso.
Esse assunto estaria superado não tivesse Dunga mandado Kleberson para o aquecimento e, depois, desistido dele. Escalar Ramires no lugar de Felipe Melo é assinar o atestado de que não precisava de outro volante. Ramires fará os dois papéis.
Nos próximos dias, embora tenha deixado claro que não pretende mexer na base titular antes da estreia contra a Coreia do Norte, Dunga deve continuar testando Ramires na vaga de Felipe Melo.
É claro que também precisa testar Kleberson, que não tem treinado tão bem quanto Josué e Ramires. Talvez por isso, Dunga tenha dado até aqui o maior indício de que pensa mesmo no ex-cruzeirense para as duas posições de meio-campo.
Nos dois amistosos pré-Copa, 21 jogadores estiveram em ação. O terceiro goleiro, historicamente, não tem chance de jogar em Copa -nunca o Brasil usou essa opção. O outro inativo é Kleberson, que só jogou quatro vezes sob o comando de Dunga.

pvc@uol.com.br


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