São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Praça é "point" de quem faz a Copa

Restaurantes e hotéis da badalada Mandela Square são cenário de encontros da nata do futebol mundial

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A imensa estátua de Nelson Mandela nunca recebeu tantos flashes. Aos pés da estrutura de metal, a praça que leva o nome do adorado líder sul-africano ferve.
Nas mais diferentes línguas, ela mostra que, também por falta de alternativa melhor, será "o point", "a praia" da primeira Copa do Mundo realizada no continente africano.
Situada na região mais nobre de Johannesburgo, no bairro de Sandton, na Mandela Square tudo relacionado ao Mundial acontece.
É o quartel-general da Fifa, o ponto de encontro e festa dos torcedores e, em volta dela, a mina de ouro sul-africana, com seus elegantes complexos comerciais, restaurantes, hotéis e shopping.
A reportagem passou o dia de ontem na Mandela Square e acompanhou algumas faces da Copa do Mundo que começa na sexta-feira, com África do Sul x México.
Um pequeno exército de jornalistas, de vários países, montou acampamento ali.
Passaram o dia fazendo imagens e colhendo depoimentos de torcedores fantasiados com as cores de seus países, que enlouquecem, cantam e dançam quando estão diante das câmeras.
Deram as caras também ex-ídolos do futebol, como o búlgaro Stoichkov, o lendário holandês Johann Cruyff e o agora diretor de futebol flamenguista Zico. Atletas das seleções brasileira e argentina passaram por lá também.
Da janela de seu luxuoso apartamento, o técnico Carlos Alberto Parreira, treinador da África do Sul, tem vista privilegiada da praça, que foi tomada por uma imensa estrutura da empresa Sony.
A parceira da Fifa teria pago R$ 10 milhões para montar a tenda em que irá exibir jogos do Mundial em 3D.
Antes disso, fez a praça parar por alguns instantes ontem. Em uma ação promocional, modelos estonteantes desfilaram pelo local. Os alegres mexicanos pararam de beber. Os barulhentos argentinos pararam de cantar.
A festa só foi interrompida, por alguns instantes, quando um menor tentava furtar turistas. Foi detido.
Enquanto a Mandela Square fervia, era possível observar o ex-craque francês Michel Platini, presidente da Uefa (a entidade que controla o futebol na Europa), fazer política no luxuoso restaurante Piccolo Mondo.
Foi lá que, mais tarde, o atacante do Milan Alexandre Pato jantou e se encontrou com o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, que momentos antes esteve com o da CBF, Ricardo Teixeira.
A poucos metros dali, Platini foi jantar no Pigalle, que faz parte do complexo da Mandela Square e é o restaurante preferido de Parreira e do técnico do Brasil, Dunga.
"Ele [Dunga] já veio aqui quatro vezes. Adora comer lagostim. Já o Parreira gosta de peixe", diz a gerente Slobodanka Kocic, a Boba.
Outro que bate ponto no Pigalle é o presidente da Fifa, Joseph Blatter. "Ele vem quase diariamente e come em meia hora", conta Boba.
Blatter e todos os seus "súditos" da Fifa estão ali pertinho, no luxuoso cinco estrelas Michelangelo. É dali que fazem a Copa da África do Sul pulsar. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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