|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Praça é "point" de quem faz a Copa
Restaurantes e hotéis da badalada Mandela Square
são cenário de encontros da nata do futebol mundial
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A imensa estátua de Nelson Mandela nunca recebeu
tantos flashes. Aos pés da estrutura de metal, a praça que
leva o nome do adorado líder
sul-africano ferve.
Nas mais diferentes línguas, ela mostra que, também por falta de alternativa
melhor, será "o point", "a
praia" da primeira Copa do
Mundo realizada no continente africano.
Situada na região mais nobre de Johannesburgo, no
bairro de Sandton, na Mandela Square tudo relacionado ao Mundial acontece.
É o quartel-general da Fifa,
o ponto de encontro e festa
dos torcedores e, em volta dela, a mina de ouro sul-africana, com seus elegantes complexos comerciais, restaurantes, hotéis e shopping.
A reportagem passou o dia
de ontem na Mandela Square
e acompanhou algumas faces da Copa do Mundo que
começa na sexta-feira, com
África do Sul x México.
Um pequeno exército de
jornalistas, de vários países,
montou acampamento ali.
Passaram o dia fazendo
imagens e colhendo depoimentos de torcedores fantasiados com as cores de seus
países, que enlouquecem,
cantam e dançam quando estão diante das câmeras.
Deram as caras também
ex-ídolos do futebol, como o
búlgaro Stoichkov, o lendário holandês Johann Cruyff e
o agora diretor de futebol flamenguista Zico. Atletas das
seleções brasileira e argentina passaram por lá também.
Da janela de seu luxuoso
apartamento, o técnico Carlos Alberto Parreira, treinador da África do Sul, tem vista privilegiada da praça, que
foi tomada por uma imensa
estrutura da empresa Sony.
A parceira da Fifa teria pago R$ 10 milhões para montar a tenda em que irá exibir
jogos do Mundial em 3D.
Antes disso, fez a praça parar por alguns instantes ontem. Em uma ação promocional, modelos estonteantes
desfilaram pelo local. Os alegres mexicanos pararam de
beber. Os barulhentos argentinos pararam de cantar.
A festa só foi interrompida, por alguns instantes,
quando um menor tentava
furtar turistas. Foi detido.
Enquanto a Mandela
Square fervia, era possível
observar o ex-craque francês
Michel Platini, presidente da
Uefa (a entidade que controla o futebol na Europa), fazer
política no luxuoso restaurante Piccolo Mondo.
Foi lá que, mais tarde, o
atacante do Milan Alexandre
Pato jantou e se encontrou
com o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, que momentos antes esteve com o
da CBF, Ricardo Teixeira.
A poucos metros dali, Platini foi jantar no Pigalle, que
faz parte do complexo da
Mandela Square e é o restaurante preferido de Parreira e
do técnico do Brasil, Dunga.
"Ele [Dunga] já veio aqui
quatro vezes. Adora comer
lagostim. Já o Parreira gosta
de peixe", diz a gerente Slobodanka Kocic, a Boba.
Outro que bate ponto no
Pigalle é o presidente da Fifa,
Joseph Blatter. "Ele vem quase diariamente e come em
meia hora", conta Boba.
Blatter e todos os seus "súditos" da Fifa estão ali pertinho, no luxuoso cinco estrelas Michelangelo. É dali que
fazem a Copa da África do Sul
pulsar.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: Atestado assinado Próximo Texto: Equipe se farta com picanha na folga Índice
|