São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Rúgbi deve herdar arenas da Copa

Donos dizem que gastos não serão recuperados, e estádios serão cedidos à iniciativa privada

DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

Os governos donos dos dez estádios da Copa-2010 têm planos de privatizá-los, mas admitem que não vão recuperar os gastos em obras, estimados em R$ 3,1 bilhões -menos que a cifra prevista para o Mundial do Brasil.
A maioria dos estádios tem dificuldades para ser viabilizada depois da Copa. Assim, eles serão cedidos a empresas para buscar atrair jogos de rúgbi, mais popular que o futebol na África do Sul.
"Times de futebol e rúgbi mostraram interesse em usar", contou o coordenador de Polokwane, Ndauhe Ramatuela, cuja cidade só tem equipes da segunda divisão.
A intenção é ceder o estádio, que custou R$ 310 milhões, por cinco anos.
Já a cidade de Port Elizabeth estuda gastar ainda mais dinheiro para colocar seus times de rúgbi e futebol na primeira divisão.
Uma empresa privada já gerencia a arena. Fica com o lucro, banca os custos. Mas foi a cidade e o governo federal que pagaram os R$ 480 milhões da sua construção.
"A cidade tem 1,3 milhão de pessoas e não tinha um estádio", defendeu seu representante, Errol Haynes.
Também há um administrador privado no estádio de Pretória. Mas os cofres públicos bancaram a reforma.
A diferença é que o estádio abriga times de primeira linha no futebol e no rúgbi.
"Já recebemos o Barcelona e o Manchester City", exaltou Godfrey Modise, de Pretória.
Durban deve voltar a usar seu estádio como atração turística. Haverá concorrência para gerenciá-lo. Mas não há esperança de recuperar os R$ 860 milhões ali investidos. A exploração turística só gerou R$ 1 milhão até agora.
"Não olhamos para a parte financeira", contou Michael Stutcliffe, coordenador de Durban para a Copa.
Em Nelspruit, o plano é atrair um time de rúgbi de outra cidade próxima. "Se o tornaremos [o estádio] privado, será decidido pelos vereadores", contou Ronny Moyo, representante da cidade.
Em Bloemfontein, o estádio recebe times médios de rúgbi e de futebol. Existe uma empresa privada que o administra, mas a reforma foi bancada pelo governo.
O Soccer City, palco da final, em Johannesburgo, já está em mãos privadas.
No Brasil, nove arenas públicas não conseguiram investidores. Cuiabá e Natal também sofrem com a falta de equipes de primeira linha. (RODRIGO MATTOS)


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