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Rúgbi deve herdar arenas da Copa
Donos dizem que gastos não serão recuperados, e estádios serão cedidos à iniciativa privada
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
Os governos donos dos dez
estádios da Copa-2010 têm
planos de privatizá-los, mas
admitem que não vão recuperar os gastos em obras, estimados em R$ 3,1 bilhões
-menos que a cifra prevista
para o Mundial do Brasil.
A maioria dos estádios tem
dificuldades para ser viabilizada depois da Copa. Assim,
eles serão cedidos a empresas para buscar atrair jogos
de rúgbi, mais popular que o
futebol na África do Sul.
"Times de futebol e rúgbi
mostraram interesse em
usar", contou o coordenador
de Polokwane, Ndauhe Ramatuela, cuja cidade só tem
equipes da segunda divisão.
A intenção é ceder o estádio, que custou R$ 310 milhões, por cinco anos.
Já a cidade de Port Elizabeth estuda gastar ainda
mais dinheiro para colocar
seus times de rúgbi e futebol
na primeira divisão.
Uma empresa privada já
gerencia a arena. Fica com o
lucro, banca os custos. Mas
foi a cidade e o governo federal que pagaram os R$ 480
milhões da sua construção.
"A cidade tem 1,3 milhão
de pessoas e não tinha um estádio", defendeu seu representante, Errol Haynes.
Também há um administrador privado no estádio de
Pretória. Mas os cofres públicos bancaram a reforma.
A diferença é que o estádio
abriga times de primeira linha no futebol e no rúgbi.
"Já recebemos o Barcelona
e o Manchester City", exaltou
Godfrey Modise, de Pretória.
Durban deve voltar a usar
seu estádio como atração turística. Haverá concorrência
para gerenciá-lo. Mas não há
esperança de recuperar os R$
860 milhões ali investidos. A
exploração turística só gerou
R$ 1 milhão até agora.
"Não olhamos para a parte
financeira", contou Michael
Stutcliffe, coordenador de
Durban para a Copa.
Em Nelspruit, o plano é
atrair um time de rúgbi de outra cidade próxima. "Se o tornaremos [o estádio] privado,
será decidido pelos vereadores", contou Ronny Moyo, representante da cidade.
Em Bloemfontein, o estádio recebe times médios de
rúgbi e de futebol. Existe
uma empresa privada que o
administra, mas a reforma foi
bancada pelo governo.
O Soccer City, palco da final, em Johannesburgo, já
está em mãos privadas.
No Brasil, nove arenas públicas não conseguiram investidores. Cuiabá e Natal
também sofrem com a falta
de equipes de primeira linha.
(RODRIGO MATTOS)
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