São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Quatro atrás

28 das 32 seleções devem usar no Mundial sul-africano o 4-4-2 ou uma variação da estratégia com uma quadra de defensores

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO CABO

Foi na Europa que nasceu e se desenvolveu, nos anos 80, o sistema de jogo com três defensores, estratégia que ficou muito marcada na seleção dinamarquesa na Copa de 1986, no México.
Mas, na Copa da África do Sul, essa solução tática do velho continente virou exceção, e coisa de não europeu.
Apenas 4 das 32 seleções que estarão no Mundial que começa na sexta devem atuar com uma linha de três atletas na defesa: Chile, Nova Zelândia, Uruguai e Coreia do Norte. Esta última pode preferir cinco homens atrás.
São muitas as variações que podem ser usadas pelos times na Copa, mas, fora essas quatro exceções, somente o Paraguai cogita também, em certos momentos, postar- -se com três defensores.
O esquema da moda é mesmo o 4-2-3-1, usado por Alemanha e Austrália e, às vezes, por Dinamarca, França, Holanda, Inglaterra, Japão, México, Portugal. E também pelo Brasil de Dunga.
O técnico Joachim Löw, da Alemanha, é um dos maiores entusiastas do 4-2-3-1. Utilizou o esquema na Eurocopa- -2008, quando seu time foi à final, e contra a Rússia.
Algumas seleções, como Chile, Dinamarca, Grécia e Portugal, acenam com três atacantes, mas dessas só o Chile tem um estilo de jogo mais alternativo: o 3-3-1-3.
O treinador argentino Marcelo Bielsa, apelidado de El Loco, é grande estudioso do futebol e admirador de Louis van Gaal, que já usou na Holanda o 3-3-1-3. Esse é um exemplo claro de uma importação de esquema da Europa.
A Holanda, porém, não terá essa tática na Copa, embora deva mudar bastante.
"Pessoas dizem que é 4-2- -4, 4-3-3 ou 4-1-2-3, mas, quando você tem jogador como Robben e Elia abertos, você não pode fixar uma forma. Essa é a chave do futebol moderno", disse o técnico da Holanda, Bert van Marwijk.
Sua seleção está invicta há 19 partidas naquilo que se parece com um 4-2-3-1 (dois volantes mais combativos, três jogadores mais adiantados no meio e um homem apenas na frente).
Coreia do Norte, Nova Zelândia e Uruguai flutuam entre três e cinco homens na linha de defesa dependendo da ocasião. Os alas voltam para fechar como laterais fixos dentro das partidas.
A Itália, atual campeã mundial, também é desenhada pelo técnico Marcello Lippi no 4-2-3-1, mas pode ficar com três atacantes em uma variação mais ofensiva.
Grosso modo, 19 seleções poderão usar o famoso 4-4-2, mas são poucas as equipes que empregarão esse esquema em seu estilo mais conservador (Eslovênia, EUA, Sérvia e Suíça, por exemplo).
O 4-4-2 de Dunga, com Kaká mais próximo dos atacantes e um outro homem aberto pela direita, é mais flexível.


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