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Mundial dá à Alemanha orgulho "do bem" e lucro
Efeito Copa deve incrementar turismo
no país europeu nos próximos anos
Estima-se que o torneio
tenha rendido de R$ 3,6 bi a
R$ 5 bi, em um momento
econômico definido como
"desolador" pela chanceler
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
"Meu país se mostrou ao
mundo como nunca havia pensado que poderia se mostrar:
aberto, sincero e amistoso",
disse Lothar Matthäus, capitão
da Alemanha no tri de 1990.
De fato, foi a Copa que permitiu à Alemanha empunhar sua
bandeira sem considerar isso
um tabu, melhorar sua imagem
internacional e, com isso, turbinar sua economia.
Ajudou o fato de a Copa não
ter visto grandes incidentes de
hooliganismo, neonazismo e
terrorismo, além da boa performance da seleção alemã, batida
apenas na semifinal.
Jovens tiveram a chance, negada a seus pais, de exibir a bandeira nacional e cantar o hino
sem culpa pelo passado nazista.
"Esta geração é completamente diferente", disse a torcedora Dunja Müller, 19. "Não somos tão orgulhosos do nosso
passado, mas do presente."
Ao jornal "Bild" o presidente
Horst Köhler saudou esse momento. "As pessoas vivenciam
uma Alemanha segura de si e
estão se identificando com suas
cores nacionais. Acho fantástico não ser mais o único com a
bandeira no carro."
Do ponto de vista econômico, a Copa pode ser festejada
tanto por grandes companhias,
quanto por hotéis e bares.
Segundo o economista Hein-rich Bayer, do banco alemão
Postbank, o torneio gerou de
US$ 2,6 bilhões a U$ 4 bilhões
extra em consumo interno,
além de US$ 1,3 bilhão de turistas. Uma boa notícia, num momento crítico do país: a chanceler Angela Merkel definiu a situação do Orçamento de seu
governo como desoladora.
"Um dos efeitos mais positivos é a imagem positiva que o
mundo extraiu da Alemanha, o
que significará mais visitantes
nos próximos anos", disse Bayer. "A Alemanha aproveitou
sua chance de se mostrar."
Um estudo encomendado
pelo conselho de turismo respalda essa visão. Cerca de 43%
dos visitantes estavam pela primeira vez no país, e 91% disseram se sentir bem-vindos. Estima-se que 2 milhões de estrangeiros entraram no território
germânico durante a Copa, o
dobro do esperado.
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