São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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Mundial dá à Alemanha orgulho "do bem" e lucro

Efeito Copa deve incrementar turismo no país europeu nos próximos anos

Estima-se que o torneio tenha rendido de R$ 3,6 bi a R$ 5 bi, em um momento econômico definido como "desolador" pela chanceler


DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

"Meu país se mostrou ao mundo como nunca havia pensado que poderia se mostrar: aberto, sincero e amistoso", disse Lothar Matthäus, capitão da Alemanha no tri de 1990.
De fato, foi a Copa que permitiu à Alemanha empunhar sua bandeira sem considerar isso um tabu, melhorar sua imagem internacional e, com isso, turbinar sua economia.
Ajudou o fato de a Copa não ter visto grandes incidentes de hooliganismo, neonazismo e terrorismo, além da boa performance da seleção alemã, batida apenas na semifinal.
Jovens tiveram a chance, negada a seus pais, de exibir a bandeira nacional e cantar o hino sem culpa pelo passado nazista.
"Esta geração é completamente diferente", disse a torcedora Dunja Müller, 19. "Não somos tão orgulhosos do nosso passado, mas do presente."
Ao jornal "Bild" o presidente Horst Köhler saudou esse momento. "As pessoas vivenciam uma Alemanha segura de si e estão se identificando com suas cores nacionais. Acho fantástico não ser mais o único com a bandeira no carro."
Do ponto de vista econômico, a Copa pode ser festejada tanto por grandes companhias, quanto por hotéis e bares.
Segundo o economista Hein-rich Bayer, do banco alemão Postbank, o torneio gerou de US$ 2,6 bilhões a U$ 4 bilhões extra em consumo interno, além de US$ 1,3 bilhão de turistas. Uma boa notícia, num momento crítico do país: a chanceler Angela Merkel definiu a situação do Orçamento de seu governo como desoladora.
"Um dos efeitos mais positivos é a imagem positiva que o mundo extraiu da Alemanha, o que significará mais visitantes nos próximos anos", disse Bayer. "A Alemanha aproveitou sua chance de se mostrar."
Um estudo encomendado pelo conselho de turismo respalda essa visão. Cerca de 43% dos visitantes estavam pela primeira vez no país, e 91% disseram se sentir bem-vindos. Estima-se que 2 milhões de estrangeiros entraram no território germânico durante a Copa, o dobro do esperado.


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