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Com medo, Dualib foge da torcida corintiana
Cartola põe clássico contra São Paulo no Morumbi para poder ir ao estádio
Decisão irrita Carpegiani e
seus atletas, que queriam
jogo no Pacaembu, onde
presidente acredita que
sua segurança corre risco
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não bastasse o isolamento
político, o presidente Alberto
Dualib agora se indispôs com o
técnico Paulo César Carpegiani
e os jogadores do Corinthians.
Foi ordem do cartola a marcação do clássico de sábado,
contra o São Paulo, para o estádio do Morumbi, que pertence
ao rival. A decisão irritou o treinador e seus comandados, que
queriam o jogo no Pacaembu,
considerada a casa do clube,
mandante do confronto.
Segundo a Folha apurou, a
preferência de Dualib pelo Morumbi diz respeito a sua segurança pessoal. Explica-se: o
presidente deseja comparecer
ao estádio no clássico.
Se a partida fosse na arena
municipal, ele acredita que
correria risco de ser agredido
pelos torcedores. Anteontem,
no Pacaembu, torcedores do
movimento "Fora Dualib", que
exige a saída do octagenário dirigente, realizaram protestos.
Distribuíram aos corintianos
cartazes com o logotipo do grupo e até colocaram um carro de
som na praça Charles Müller,
em frente ao estádio, que durante horas ficou narrando fatos desabonadores da atual
gestão corintiana.
No próximo dia 24, em reunião do Conselho Deliberativo,
Dualib pode ser afastado do
cargo por causa da reprovação
das contas do clube.
O cartola, desde que chegou
de Londres, há quase duas semanas, vem perdendo apoio de
seus aliados. Ele também tem
evitado as entrevistas.
Ir ao Morumbi, no clássico,
poderia representar uma tentativa do cartola de mostrar
que está próximo do time, conduta já adotada por ele em outras ocasiões de crise política.
A medida de levar o clássico
para o estádio são-paulino, porém, foi impopular. Carpegiani,
por exemplo, tem repetido neste Brasileiro que o time tem de
jogar mais no Pacaembu -ontem, contra o Fluminense, foi o
primeiro confronto corintiano
no estádio. O técnico, aliás, já
disse em algumas ocasiões que
o Corinthians jogará 38 vezes
fora de casa no Nacional.
Até agora, das cinco partidas
do time em São Paulo, os alvinegros só ganharam uma -a da
estréia contra o Juventude, no
Morumbi, mesmo local de outros três duelos (dois empates e
uma derrota).
Um dos argumentos de Dualib, porém, é o de que o time ficou muito exposto aos ataques
dos torcedores em fracassos recentes, como na eliminação da
Libertadores em 2006 para o
River Plate ou na goleada (5 a 1)
sofrida diante do próprio São
Paulo, em 2005, que culminou
com a demissão do técnico argentino Daniel Passarella.
Esse, aliás, é um dos 12 duelos que formam o tabu de quatro anos sem vitórias corintianas sobre os são-paulinos.
Com o clássico no Morumbi,
na avaliação de Carpegiani, o
São Paulo leva ampla vantagem, não só no aspecto técnico,
como no aspecto psicológico.
Segundo o treinador, seus
comandados estão abalados
com a má fase do time.
Para atuar no estádio tricolor, os corintianos também terão de gastar mais. O aluguel
custa R$ 70 mil. No Pacaembu,
dificilmente superaria os R$ 35
mil. A confirmação do clássico
para o Morumbi agrada à Polícia Militar, que considera
maior o risco de confronto entre torcedores rivais no estádio
municipal. No entanto, para escolher o local da partida, o Corinthians nem chegou a consultar a polícia.
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