São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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TÊNIS

Persistência e alegria


Título de Nadal premia coragem e ousadia; final das irmãs Williams traz de volta o sorriso feminino às quadras

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

MARCELO RÍOS era talentoso.
Perdeu o ouro no Pan-2003 para Fernando Meligeni. Mas, antes disso, fez muito: ganhou 18 títulos, foi número um. Para chegar ao topo, deu uma surra em Andre Agassi na final de Miami.
Ríos, cara de mau, era polêmico. A maioria o considerava arrogante; raras vezes vi alguém em sua torcida.
Na hora de ir para a grama, porém, virava "menininha". Fazia cara de mau inicialmente, mas passava a destilar críticas, fazia gracinhas ("Grama é para as vacas", já disse), punha o rabo entre as pernas e fugia.
O título de Nadal em Wimbledon premia a real coragem. Ríos, hoje, simboliza o medo. Nadal, agora, é coragem. Espanhol, nativo do saibro, tinha todos os motivos para ser mais um a reclamar da grama de Wimbledon, do mundo, mas, rival que buscava ser à altura de Roger Federer, nunca falou nada. Ao longo dos anos, limpava o saibro da raquete e corria em silêncio para aprender e apanhar na grama. Ambos talentosos e corajosos, deu no que deu. História foi feita por Rafael Nadal.

 

O jogo de Steffi Graf era fantástico.
O jeito como dominava as adversárias era uma aula de tênis. Monica Seles simbolizava a força. Destruía internamente as rivais, um nocaute por jogada. Martina Hingis trouxe graça ao jogo. Kim Clijsters, no pouco que dominou, simpatia. E Justine Henin, plasticidade sem igual.
Graf, Seles, Hingis, Clijsters e Henin, cada uma a seu modo, dominaram o circuito, faturaram muito dinheiro, tiveram o mundo aos pés, mas nunca algo que sobra às irmãs Williams: alegria contagiante.
Problemas com mãe, pai, marido, cachorro, falta de carinho, ausência da família, solidão. Nada disso as pegou. Ao contrário, viveram o sonho de fadas: desenharam roupa, viraram atrizes, cantaram, compraram tudo o que o quiseram. E, minadas só por eventuais lesões, seguiram em quadra, felizes, sorridentes.
A final feminina premiou as meninas mais alegres do circuito -e talentosas também. Quem ganhou?
Serena ou Venus? Pouco importa: a taça está em boas mãos.

AINDA EM LONDRES
"Creio que testemunhei o maior jogo da história", soltou John McEnroe, logo após a final de domingo.

EM SÃO PAULO
André Miele bateu Leonardo Kirche no Future de Ribeirão Preto.

EM BRASÍLIA
O Clube do Exército abriu a Copa das Federações, com 261 tenistas.

EM GOIÂNIA
Rodrigo Schaefer, Flávia Bueno (18 anos), Henrique Tsukamoto, Nikaelli Maciel (16), Luis Garcia, Bruna Magalhães (14), Roberto Bazzarela e Lara Soares (12) venceram a segunda etapa do Circuito Unimed.


reandaku@uol.com.br




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