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Jade está sem salário, afirma pai da ginasta
Cesar Barbosa diz que sua filha não recebe da confederação desde janeiro
CBG afirma que Jade não ganha nenhuma ajuda de custo por opção da família, que a vê como um "produto" com prazo de validade
DA REPORTAGEM LOCAL
Jade Barbosa, principal nome da equipe brasileira de ginástica da atualidade, está sem
contrato desde janeiro.
Desde então, ela não recebe
salário da CBG, a confederação
nacional da modalidade, segundo Cesar Barbosa, pai da atleta.
O vínculo com a entidade
venceu no início deste ano.
Barbosa disse que Jade recebia
R$ 350 e um complemento
-de acordo com ele, variável
entre as atletas da seleção.
"O que ela recebia não era
ruim, mas, no último semestre
[do ano passado], reclamei",
afirmou Barbosa à Folha.
"No início do ano, pedi para
ver a tabela de preços que determinava o complemento de
cada ginasta. Queria saber isso
antes de assinar o contrato, até
para negociar", acrescentou.
O pai de Jade disse que a
confederação lhe enviou dois
contratos, com valores idênticos, que previam a participação
da atleta em oito peças publicitárias da Caixa Econômica Federal, patrocinadora da CBG.
"Não fiquei de acordo com os
valores, que estavam abaixo do
mercado", disse Barbosa, que
não quis informar o montante.
Segundo ele, o contrato foi
analisado por um advogado especialista em direito de imagem. E acabou não assinado.
Ele contou não ter sido procurado por ninguém da Caixa.
O contato, disse Barbosa, foi
feito apenas via CBG. "Desde
janeiro, a Jade não recebe da
confederação, que não tem jogo de cintura para negociar
quando a coisa aperta."
Barbosa afirmou que, neste
ano, Jade fez peças publicitárias para uma construtora. "E
foi bem remunerada", contou.
O Flamengo, clube onde Jade treinava antes de seguir para o CT da CBG, em Curitiba, já
anunciou a renovação do contrato com a ginasta por mais
um ano, mas, segundo Barbosa,
o documento não foi assinado
por discordância com a cláusula sobre direitos de imagem.
"A Jade virou um produto
para mim e estou investindo
nela, até porque a ginástica é
um esporte curto", declarou o
pai, referindo-se à aposentadoria precoce das ginastas.
À noite, a CBG divulgou nota
em que diz adotar os mesmos
contratos para os ginastas. "As
cláusulas são comuns a todos.
As diferenças são em razão dos
resultados obtidos nas provas
internacionais nos anos anteriores. Portanto, os valores da
ajuda de custo variam em razão
dos resultados individuais."
A CBG negou os valores informados por Barbosa. A entidade disse ter sido avisada pelo
pai de Jade de que o papel não
seria assinado por ele discordar
de algumas cláusulas.
"Nos anos de 2005, 2006 e
2007, não tivemos nenhuma
contestação do pai a respeito
dos contratos. Portanto, a ginasta Jade Barbosa não está recebendo nenhuma ajuda de
custo da CBG por opção do pai,
senhor Cesar Barbosa."
A assessoria da Caixa informou que Jade e Daiane dos
Santos não assinaram contrato. Segundo a estatal, seriam
dois acordos separados: um ligado ao programa Atletas de
Alto Nível e outro específico
para participar de oito filmes
publicitários do banco.
Jade não corre risco de não ir
à Olimpíada por não assinar
com a Caixa. E ela terá garantido o seguro-saúde. O Comitê
Olímpico Brasileiro já informou que todos os atletas da delegação nacional em Pequim
contarão com o benefício.
A Folha tentou falar com a
ginasta por meio da CBG, que
informou que Jade não faria
declarações sobre o caso -alegou querer preservar a atleta.
Jade começou a despontar
em 2007. No Pan do Rio, faturou o ouro no salto, a prata por
equipes e o bronze no solo. Na
seqüência, levou o bronze no
Mundial de Stuttgart (Alemanha) no individual geral.
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