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Matriz x Filial
Van Marwijk cita influência do Barcelona na seleção espanhola para enaltecer futebol holandês
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Um jogo entre a Holanda
original e um genérico holandês, que também atende pelo
nome de Espanha. Foi mais
ou menos assim que o técnico holandês, Bert van Marwijk, definiu a final do Mundial da África do Sul.
"A Espanha é uma equipe
influenciada pelo Barcelona,
e o Barcelona é influenciado
por Johan Cruyff e Rinus Michels. Esse é um grande elogio para o futebol holandês.
Então, é algo um pouco irônico", disse o treinador, em entrevista em Johannesburgo.
Referia-se, respectivamente, ao principal jogador do
time conhecido como Carrossel Holandês na Copa-1974 e
ao treinador daquela equipe,
morto em 2005.
Ambos também tiveram
passagens memoráveis pelo
Barcelona, equipe que hoje é
a base da seleção espanhola.
Van Marwijk (pronuncia-se Márvic), um homem de
respostas curtas e impacientes, deixou escapar um raro
momento de emoção ao revelar que pensou na Holanda
vice-campeã das Copas de
1974 e 1978 quando Robben
fez o terceiro gol contra o
Uruguai, na semifinal. "Estamos há 32 anos esperando."
Depois, questionado se
seu time entraria em campo
em nome dos jogadores daquelas duas seleções, ele voltou ao tom seco habitual.
"Nós jogamos para todo
mundo na Holanda", disse.
Para o treinador holandês,
o adversário é o favorito.
"A Espanha tem sido o melhor time de futebol do mundo nos últimos anos. Mas nós
não temos medo. Se o mundo
inteiro diz que eles são favoritos, tudo bem. Temos confiança em nós mesmos."
Van Marwijk, apesar da insistência dos jornalistas, recusou-se a identificar um jogador que seria fundamental
na campanha até agora.
Disse apenas que o atacante Van Persie, que até agora
não jogou o esperado nesta
Copa, "está melhorando e
criando chances de gol".
Sobre o esquema de jogo e
a formação que entrará em
campo, foi enigmático: "Direi isso a meus jogadores,
mas não direi a vocês".
A carranca de Van Marwijk
deu lugar a alguns momentos de humor involuntário,
como quando respondeu se
concordava que é melhor
treinador do que foi jogador.
"Eu joguei só uma vez pela
seleção. E tive muitas contusões em minha carreira."
Também deu uma explicação sobre por que acha que
o número de torcedores pró-Holanda não fará diferença
no domingo. "Tudo o que ouvimos são vuvuzelas. Fica tudo igual para os dois times."
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