São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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Matriz x Filial

Van Marwijk cita influência do Barcelona na seleção espanhola para enaltecer futebol holandês

FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO

Um jogo entre a Holanda original e um genérico holandês, que também atende pelo nome de Espanha. Foi mais ou menos assim que o técnico holandês, Bert van Marwijk, definiu a final do Mundial da África do Sul.
"A Espanha é uma equipe influenciada pelo Barcelona, e o Barcelona é influenciado por Johan Cruyff e Rinus Michels. Esse é um grande elogio para o futebol holandês. Então, é algo um pouco irônico", disse o treinador, em entrevista em Johannesburgo.
Referia-se, respectivamente, ao principal jogador do time conhecido como Carrossel Holandês na Copa-1974 e ao treinador daquela equipe, morto em 2005.
Ambos também tiveram passagens memoráveis pelo Barcelona, equipe que hoje é a base da seleção espanhola.
Van Marwijk (pronuncia-se Márvic), um homem de respostas curtas e impacientes, deixou escapar um raro momento de emoção ao revelar que pensou na Holanda vice-campeã das Copas de 1974 e 1978 quando Robben fez o terceiro gol contra o Uruguai, na semifinal. "Estamos há 32 anos esperando."
Depois, questionado se seu time entraria em campo em nome dos jogadores daquelas duas seleções, ele voltou ao tom seco habitual. "Nós jogamos para todo mundo na Holanda", disse.
Para o treinador holandês, o adversário é o favorito.
"A Espanha tem sido o melhor time de futebol do mundo nos últimos anos. Mas nós não temos medo. Se o mundo inteiro diz que eles são favoritos, tudo bem. Temos confiança em nós mesmos."
Van Marwijk, apesar da insistência dos jornalistas, recusou-se a identificar um jogador que seria fundamental na campanha até agora.
Disse apenas que o atacante Van Persie, que até agora não jogou o esperado nesta Copa, "está melhorando e criando chances de gol".
Sobre o esquema de jogo e a formação que entrará em campo, foi enigmático: "Direi isso a meus jogadores, mas não direi a vocês".
A carranca de Van Marwijk deu lugar a alguns momentos de humor involuntário, como quando respondeu se concordava que é melhor treinador do que foi jogador.
"Eu joguei só uma vez pela seleção. E tive muitas contusões em minha carreira."
Também deu uma explicação sobre por que acha que o número de torcedores pró-Holanda não fará diferença no domingo. "Tudo o que ouvimos são vuvuzelas. Fica tudo igual para os dois times."


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