São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Técnico, que se dizia totalmente satisfeito com seleção, muda tática e escala João Carlos e Zé Roberto
Luxemburgo barra Alex e Odvan

ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Foz do Iguaçu


Mesmo tendo afirmado em várias ocasiões que estava ""totalmente satisfeito" com a performance da seleção brasileira na Copa América, o técnico Wanderley Luxemburgo decidiu ontem alterar a escalação da equipe que irá enfrentar a Argentina, no próximo domingo, em Ciudad del Este, por uma vaga nas semifinais do torneio.
O zagueiro Odvan e o meia Alex estão barrados. O técnico optou pela escalação de João Carlos e Zé Roberto, respectivamente. Além disso, o volante Flávio Conceição foi confirmado para o lugar de Vampeta, que está fora da Copa América por causa de uma luxação em seu ombro direito.
Ironicamente, depois da partida contra o Chile, na última terça-feira, Luxemburgo havia afirmado que a seleção brasileira ""estava em evolução", ressaltando que aquele tinha sido o melhor jogo do time na Copa América.
Na entrevista coletiva que concedeu depois do treino físico realizado no período da manhã de ontem, o treinador havia afirmado que ainda não havia decidido fazer modificações em sua equipe nas quartas-de-final.
Porém, cerca de três horas depois, durante o treinamento tático, Luxemburgo resolveu promover as alterações.
A performance apenas discreta de Rivaldo, considerado por Luxemburgo como o ""melhor jogador do mundo", nas duas primeiras partidas da seleção brasileira na Copa América foi responsável pela substituição de Alex por Zé Roberto.
Com a entrada do meia do Bayer Leverkusen, Rivaldo terá liberdade para atuar mais ofensivamente, quase como um terceiro atacante, ao lado de Ronaldo e Amoroso. É dessa maneira que o meia joga em seu clube, o Barcelona, da Espanha.
A opção por João Carlos foi tomada por causa da boa performance do zagueiro na partida contra Chile, em que substituiu Antônio Carlos -poupado por causa dos cartões amarelos.

Provocações
Olho por olho, dente por dente. É com esse espírito que a seleção brasileira irá enfrentar a Argentina no próximo domingo.
Ontem, durante uma entrevista coletiva, o atacante Amoroso afirmou que os jogadores brasileiros estarão preparados para revidar qualquer jogada mais ríspida executada pelos rivais.
""Se eles baterem lá na frente (nos atacantes brasileiros), lá atrás teremos jogadores (os defensores brasileiros) para fazer a mesma coisa", afirmou Amoroso.
O técnico Luxemburgo disse que sua equipe não será violenta, mas faz ressalvas.
""Não quero damas em campo, será um jogo com uma pegada forte. Claro que não desejo que um atleta do meu time seja expulso por aceitar uma provocação do rival, mas não podemos aceitar tudo o que acontecer na partida", afirmou ele.
Sob o comando do treinador, o time brasileiro faz 19 faltas por partida, segundo levantamento do Datafolha. Com Mario Jorge Zagallo, que dirigiu a seleção até o final da Copa-98, a seleção cometia 14,2 faltas por jogo. Sob o comando de Carlos Alberto Parreira, técnico campeão do mundo no Mundial-94, nos EUA, o índice era ainda menor: 13 faltas por jogo.
Jogando contra equipes sul-americanas, a "violência" aumenta: o time passa a cometer em média 23,5 infrações. Se tivesse apresentado esse número de faltas durante a Copa da França, em 98, a seleção brasileira teria superado o Japão, que teve média de 23 infrações, tornando-se a equipe mais faltosa do último Mundial.


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