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FUTEBOL
Técnico, que se dizia totalmente satisfeito com seleção, muda tática e escala João Carlos e Zé Roberto
Luxemburgo barra Alex e Odvan
ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Foz do Iguaçu
Mesmo tendo
afirmado em várias
ocasiões que estava
""totalmente satisfeito" com a performance da seleção
brasileira na Copa América, o técnico Wanderley Luxemburgo decidiu ontem alterar a escalação da
equipe que irá enfrentar a Argentina, no próximo domingo, em
Ciudad del Este, por uma vaga nas
semifinais do torneio.
O zagueiro Odvan e o meia Alex
estão barrados. O técnico optou
pela escalação de João Carlos e Zé
Roberto, respectivamente. Além
disso, o volante Flávio Conceição
foi confirmado para o lugar de
Vampeta, que está fora da Copa
América por causa de uma luxação em seu ombro direito.
Ironicamente, depois da partida
contra o Chile, na última terça-feira, Luxemburgo havia afirmado que a seleção brasileira ""estava
em evolução", ressaltando que
aquele tinha sido o melhor jogo
do time na Copa América.
Na entrevista coletiva que concedeu depois do treino físico realizado no período da manhã de
ontem, o treinador havia afirmado que ainda não havia decidido
fazer modificações em sua equipe
nas quartas-de-final.
Porém, cerca de três horas depois, durante o treinamento tático, Luxemburgo resolveu promover as alterações.
A performance apenas discreta
de Rivaldo, considerado por Luxemburgo como o ""melhor jogador do mundo", nas duas primeiras partidas da seleção brasileira
na Copa América foi responsável
pela substituição de Alex por Zé
Roberto.
Com a entrada do meia do Bayer Leverkusen, Rivaldo terá liberdade para atuar mais ofensivamente, quase como um terceiro
atacante, ao lado de Ronaldo e
Amoroso. É dessa maneira que o
meia joga em seu clube, o Barcelona, da Espanha.
A opção por João Carlos foi tomada por causa da boa performance do zagueiro na partida
contra Chile, em que substituiu
Antônio Carlos -poupado por
causa dos cartões amarelos.
Provocações
Olho por olho, dente por dente.
É com esse espírito que a seleção
brasileira irá enfrentar a Argentina no próximo domingo.
Ontem, durante uma entrevista
coletiva, o atacante Amoroso afirmou que os jogadores brasileiros
estarão preparados para revidar
qualquer jogada mais ríspida executada pelos rivais.
""Se eles baterem lá na frente
(nos atacantes brasileiros), lá
atrás teremos jogadores (os defensores brasileiros) para fazer a mesma coisa", afirmou Amoroso.
O técnico Luxemburgo disse
que sua equipe não será violenta,
mas faz ressalvas.
""Não quero damas em campo,
será um jogo com uma pegada
forte. Claro que não desejo que
um atleta do meu time seja expulso por aceitar uma provocação do
rival, mas não podemos aceitar
tudo o que acontecer na partida",
afirmou ele.
Sob o comando do treinador, o
time brasileiro faz 19 faltas por
partida, segundo levantamento
do Datafolha. Com Mario Jorge
Zagallo, que dirigiu a seleção até o
final da Copa-98, a seleção cometia 14,2 faltas por jogo. Sob o comando de Carlos Alberto Parreira, técnico campeão do mundo no
Mundial-94, nos EUA, o índice
era ainda menor: 13 faltas por jogo.
Jogando contra equipes sul-americanas, a "violência" aumenta: o time passa a cometer em média 23,5 infrações. Se tivesse apresentado esse número de faltas durante a Copa da França, em 98, a
seleção brasileira teria superado o
Japão, que teve média de 23 infrações, tornando-se a equipe mais
faltosa do último Mundial.
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