DO ENVIADO A PEQUIM

O bicampeão mundial João Derly, 27, diz que está melhor do que nunca. Primeiro brasileiro campeão em um Mundial, o judoca terá medalhas mais expressivas que a de seu ídolo, Aurélio Miguel, se chegar à final olímpica em Pequim. Mas ele aponta que nunca se sentirá acima do primeiro campeão olímpico que o país produziu nos tatames.
(LF)

 

FOLHA - Pesa ser o primeiro grande favorito da delegação brasileira a tentar medalha?
JOÃO DERLY - Nem penso nisso. O objetivo deste ano era chegar bem e buscar a medalha. Sempre que luto é visando o ouro. Com a experiência dos dois títulos mundiais, acho que dá, sim, para pensar no ouro. Mas o foco é fazer boas lutas.

FOLHA - Muda algo por ser sua estréia olímpica?
DERLY - Não. A gente adquire no passar dos anos experiência no tatame. É como uma outra competição. Acredito que o grau de dificuldade será praticamente o mesmo do Campeonato Mundial.

FOLHA - Como está seu nível de treinamento?
DERLY - Creio que estou numa de minhas melhores fases. Tanto na parte física quanto na técnica e pessoalmente. Neste ano, treinei muito, mais forte que nunca. Estou melhor que no Mundial do ano passado. E bem em termos pessoais, agora casado.

FOLHA - Você já entrou para a história com o primeiro título mundial do judô brasileiro. Com uma final olímpica, seu currículo fica mais robusto que o do Aurélio Miguel (ouro em Seul-88 e bronze em Atlanta-96). Pensa em se tornar o maior da história do país?
DERLY - Primeiro, acho que o Aurélio vai continuar sempre sendo o melhor atleta para mim. Nunca busquei nem nunca vou buscar ser algo a mais. Claro que treino para vencer, mas meu objetivo nunca é com a história. Se um dia puder passar o Aurélio em número de títulos, continuarei achando que ele é meu ídolo.


Texto Anterior: Judô: "Volta às origens" prejudica Derly
Próximo Texto: Frase
Índice