São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

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Brasileiro desfila artilharia genérica

Com os principais atacantes do país no exterior, cabe a artilheiros do 2º escalão o papel de goleadores do Nacional

Washington já está no top 10, liderado com folga por Roberto Dinamite; Kléber Pereira, Marcelinho e Ramon estão perto desta lista

SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de Luis Fabiano, Robinho ou Alexandre Pato. Com os principais atacantes brasileiros fazendo carreira no exterior, coube a artilheiros do segundo escalão o papel de principais goleadores do Brasileiro.
Após a inclusão, em 2008, de Washington, o Brasileiro-2009 pode terminar com novos integrantes no top 10 da história do torneio, como o criticado Kléber Pereira ou os veteranos Ramon e Marcelinho Carioca.
Eles podem se juntar a uma lista formada até agora por atacantes de muita tradição em clubes e na seleção, com passagens até por Copas do Mundo, como Zico, Edmundo, Romário e Roberto Dinamite, que ainda deve demorar para ver seus 190 gols serem alcançados -a exceção no novo grupo seria Marcelinho, que conquistou vários títulos em sua passagem pelo Corinthians, mas nunca teve sucesso na seleção brasileira.
Os novos "matadores" da competição têm como principal aliado o formato dos pontos corridos. Em vigor desde 2003, ele garante ao campeão e ao rebaixado o mesmo número de jogos (38 nos últimos anos).
Em 1971, por exemplo, enquanto o campeão Atlético-MG disputou 27 partidas, times como Flamengo ou Sport fizeram 19 jogos -o artilheiro da competição foi o atleticano Dario, o Dadá Maravilha, com 15 gols.
No último ano do sistema de mata-matas, 2002, os finalistas Santos e Corinthians fizeram 31 partidas, contra 25 do rebaixado Palmeiras.
Além da regularidade, e do aumento do número de jogos, o que mais ajuda os artilheiros do momento é a falta de concorrência. Jovens destaques deixam o país rapidamente, seja atrás da fama, seja pelos euros, dólares ou petrodólares do mercado estrangeiro.
Um dos artilheiros de 2008, com 21 gols pelo Coritiba, Keirrison não conseguiu completar duas temporadas na Série A. Foi negociado no começo do Nacional com o Barcelona.
Se ficasse no Brasil, bastariam cinco edições com a média do ano passado para que o atacante superasse a barreira dos cem gols e entrasse no top 10.
Luis Fabiano, favorito para uma vaga no ataque da seleção na Copa-2010, tinha 65 gols em Brasileiros quando trocou o São Paulo pelo Porto, em 2004. Com quase cinco temporadas perdidas, bastariam dez gols por ano para estar entre os maiores artilheiros do Brasil.
Quem fica, ou vai e acaba voltando logo, se dá bem.
Washington, maior artilheiro de uma edição do Brasileiro (34 gols, em 2004, pelo Atlético-PR), ficou três anos no Japão. Retornou em 2008 e fez 21 gols pelo Fluminense, o suficiente para colocá-lo no top 10.
Neste ano, pelo São Paulo, Washington já marcou cinco, transformou-se no oitavo jogador da lista dos que superaram a barreira dos cem na competição e está perto de passar Dadá.
Trajetória semelhante ocorreu com Kléber Pereira. A boa fase no Atlético-PR o levou a deixar o país em 2003. Seu destino foi o México. Quando voltou, em 2007, para o Santos, tornou-se o principal artilheiro do time. Está a quatro gols de se igualar a Dodô, décimo da lista.


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