|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasileiro desfila artilharia genérica
Com os principais atacantes do país no exterior, cabe a artilheiros do 2º escalão o papel de goleadores do Nacional
Washington já está no top 10, liderado com folga por Roberto Dinamite; Kléber Pereira, Marcelinho e Ramon estão perto desta lista
SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada de Luis Fabiano, Robinho ou Alexandre Pato. Com os
principais atacantes brasileiros
fazendo carreira no exterior,
coube a artilheiros do segundo
escalão o papel de principais
goleadores do Brasileiro.
Após a inclusão, em 2008, de
Washington, o Brasileiro-2009
pode terminar com novos integrantes no top 10 da história do
torneio, como o criticado Kléber Pereira ou os veteranos Ramon e Marcelinho Carioca.
Eles podem se juntar a uma
lista formada até agora por atacantes de muita tradição em
clubes e na seleção, com passagens até por Copas do Mundo,
como Zico, Edmundo, Romário
e Roberto Dinamite, que ainda
deve demorar para ver seus 190
gols serem alcançados -a exceção no novo grupo seria Marcelinho, que conquistou vários títulos em sua passagem pelo Corinthians, mas nunca teve sucesso na seleção brasileira.
Os novos "matadores" da
competição têm como principal aliado o formato dos pontos
corridos. Em vigor desde 2003,
ele garante ao campeão e ao rebaixado o mesmo número de
jogos (38 nos últimos anos).
Em 1971, por exemplo, enquanto o campeão Atlético-MG
disputou 27 partidas, times como Flamengo ou Sport fizeram
19 jogos -o artilheiro da competição foi o atleticano Dario, o
Dadá Maravilha, com 15 gols.
No último ano do sistema de
mata-matas, 2002, os finalistas
Santos e Corinthians fizeram
31 partidas, contra 25 do rebaixado Palmeiras.
Além da regularidade, e do
aumento do número de jogos, o
que mais ajuda os artilheiros do
momento é a falta de concorrência. Jovens destaques deixam o país rapidamente, seja
atrás da fama, seja pelos euros,
dólares ou petrodólares do
mercado estrangeiro.
Um dos artilheiros de 2008,
com 21 gols pelo Coritiba, Keirrison não conseguiu completar
duas temporadas na Série A.
Foi negociado no começo do
Nacional com o Barcelona.
Se ficasse no Brasil, bastariam cinco edições com a média
do ano passado para que o atacante superasse a barreira dos
cem gols e entrasse no top 10.
Luis Fabiano, favorito para
uma vaga no ataque da seleção
na Copa-2010, tinha 65 gols em
Brasileiros quando trocou o
São Paulo pelo Porto, em 2004.
Com quase cinco temporadas
perdidas, bastariam dez gols
por ano para estar entre os
maiores artilheiros do Brasil.
Quem fica, ou vai e acaba voltando logo, se dá bem.
Washington, maior artilheiro de uma edição do Brasileiro
(34 gols, em 2004, pelo Atlético-PR), ficou três anos no Japão. Retornou em 2008 e fez 21
gols pelo Fluminense, o suficiente para colocá-lo no top 10.
Neste ano, pelo São Paulo,
Washington já marcou cinco,
transformou-se no oitavo jogador da lista dos que superaram
a barreira dos cem na competição e está perto de passar Dadá.
Trajetória semelhante ocorreu com Kléber Pereira. A boa
fase no Atlético-PR o levou a
deixar o país em 2003. Seu destino foi o México. Quando voltou, em 2007, para o Santos,
tornou-se o principal artilheiro
do time. Está a quatro gols de se
igualar a Dodô, décimo da lista.
Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: O óbvio é difícil Próximo Texto: Memória: Goleadores dos anos 1970 são maioria na lista Índice
|