|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem Daniella na platéia, Brasil de Ronaldo empaca
Atacante não repete atuações de gala para noiva, e seleção empata com alemães na revanche da Copa
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Musa inspiradora de Ronaldo,
Daniella Cicarelli ontem não estava nas tribunas e, para azar de
Carlos Alberto Parreira, o Brasil
não passou de um empate sem
graça com a Alemanha por 1 a 1,
no Estádio Olímpico de Berlim.
A futura mulher do principal astro da seleção parece ter dado novo gás a Ronaldo quando acompanhou in loco suas partidas.
Na primeira vez, quando ainda
nem tinham assumido o romance, ela assistiu, das tribunas do
Mineirão, ao show particular do
atacante, que marcou três na vitória sobre a Argentina, em junho.
Na partida seguinte, Daniella
não foi ao Chile, e Ronaldo passou
em branco no empate por 1 a 1.
Mas, no último domingo, lá estava ela no Morumbi recebendo
homenagem particular do amado
após ele ter marcado, contra a Bolívia, seu primeiro gol com a camisa da seleção em São Paulo.
Ontem, sem Daniella, Ronaldo
ficou sozinho, não só fora, mas
dentro de campo também.
Foi pouco acionado, apenas 20
vezes, segundo o Datafolha, e não
conseguiu repetir a atuação da final da última Copa do Mundo,
contra a mesma Alemanha, quando marcou os gols da vitória por 2
a 0 que deu o título ao Brasil.
O Ronaldo da "revanche" contra os alemães não transferiu, como disse que desejava, a sua alegria para o gramado. Finalizou só
duas vezes, para fora. Nas dez partidas anteriores pela seleção, o
atacante deixara o campo com pelo menos um chute certeiro.
O resultado da apresentação pífia do artilheiro pesou contra a seleção de forma relevante. Foi o
pior desempenho ofensivo do
Brasil na era Parreira, com sete
chutes a gol e só dois deles certos.
O primeiro deu uma falsa impressão sobre o comportamento
da seleção. Edu foi derrubado na
entrada da área, aos 9min.
A falta, cobrada com perfeição
por Ronaldinho, acertou o canto
direito do goleiro Oliver Kahn,
que só ficou observando.
Kahn, que fora apontado como
um dos principais responsáveis
pela derrota na final da Copa-02,
novamente foi vaiado pelos alemães presentes ao estádio, que
abrigará a final da Copa-06. Na
véspera do amistoso, ele havia sido hostilizado num treino. Ontem, o goleiro, que falhou no primeiro gol de Ronaldo na decisão
da Copa, foi quase um espectador.
Após sofrer com Ronaldinho,
ele não foi mais incomodado no
primeiro tempo. Mas seu colega
Júlio César teve trabalho.
Primeiro, viu a defesa falhar e o
brasileiro naturalizado alemão
Kevin Kuranyi dominar a bola no
peito na área e tocar com categoria, no canto direito, para empatar
o jogo, aos 17min.
Com toques rápidos, os alemães
conseguiam envolver o lento time
brasileiro e poderiam ter saído da
primeira etapa com a vantagem
no placar, não fossem três boas
intervenções de Júlio César.
"Vamos ter de mudar muitas
coisas, senão teremos problemas", declarou um irritado Parreira no intervalo da partida.
Na etapa final, o técnico reforçou a marcação no meio-campo.
Tirou Adriano e pôs Júlio Baptista. Renato entrou no lugar de Juninho, e Maicon no de Belletti.
O Brasil não foi mais ameaçado,
e Ronaldo quase impôs novo castigo a Kahn. Em jogada que lembrou o primeiro gol da final da
Copa, ele roubou a bola de um rival e serviu Júlio Baptista, que
chutou para defesa do alemão.
Ontem, Kahn levou a melhor.
Para Ronaldo, resta esperar o
reencontro hoje com a amada, em
Madri, e torcer para voltar, com
ela, ao Estádio Olímpico de Berlim na decisão da Copa-2006.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Sem 5 titulares, time vê queda de qualidade Índice
|