|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Reality show
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
"The Contender" ("O
Desafiante"), o reality
show sobre boxe, quem diria, foi
capa da tradicionalíssima publicação "The Ring", o que de uma
certa forma legitima o programa.
Não deixou de ser surpresa.
Afinal, antes de o programa estrear, os mais puristas, como é o
meu caso, torceram o nariz. Seus
lutadores estão prontos para desafiar os tops da categoria dos
médios? Não. Porém o show tem
as suas qualidades. É divertido.
É interessante observar os pugilistas quando estão no papel de
matchmakers (profissional que
promove o "casamento" das lutas) e qual a lógica que utilizam.
Como quando Peter Manfredo
poupou Joey Gilbert, que perdeu
de propósito uma tarefa para ele,
o que rendeu um carro a Manfredo (que faz a grande final contra
Sergio "The Latin Snake" Mora,
em um programa especial de
duas horas a ser exibido no Brasil
na próxima terça-feira, às 22h,
pelo canal a cabo People & Arts).
Ou quando um dos lutadores
deixou de escalar Anthony Bonsante para uma luta por estar lesionado. Ou ainda quando os semifinalistas definiram o emparceiramento de suas lutas de forma a promover uma revanche entre os dois únicos "sobreviventes"
que já haviam se enfrentado.
Até o que não tem a ver diretamente com as atividades no ringue integrava uma estratégia. Como quando um grupo votou pela
volta do arrogante Ahmed Kaddour para tumultuar o ambiente.
Comentaram que as lutas parecem ensaiadas, pois a maioria
chega praticamente empatada no
quinto assalto. É que elas foram
editadas. Golpes que só raspavam
as luvas do rival davam a impressão de ser devastadores, pelo uso
de efeitos sonoros e de mescla de
imagens em câmera lenta e velocidade normal (preste atenção).
O grande diferencial em relação
aos outros reality shows é que as
eliminações não são definidas por
votação, porém dentro do ringue.
Ganha quem for mesmo o mais
espontâneo (no ringue).
O projeto foi abandonado pela
rede norte-americana NBC. Mas
Mark Burnett, criador da série (e
também de "O Aprendiz"), já
anunciou que a segunda temporada será produzida em parceria
com a ESPN, no próximo ano. A
assessoria da People & Arts diz
que é provável que o canal exiba
a segunda temporada, já que a
emissora tem acordo direto com
Burnett, o que facilitaria a aquisição dos direitos do segundo ano.
Outra boa notícia é que Burnett
deixará as (ridículas) tarefas e intervenções filosóficas do produtor-executivo Sylvester Stallone
de lado e se concentrará no boxe.
Afinal, alguém suportava cenas
como aquela na qual Sly ensina,
ao caminhar em uma estrada deserta, "na vida, todos caem; o importante é saber se levantar"?
Ou a vinheta na qual Stallone
constata que "no primeiro programa Alfonso Gomes, o mais fraco do grupo, derrotou Peter Manfredo, o mais forte. E então pensei:
na vida tudo pode acontecer".
O momento mais dramático?
Talvez a cena em que Najai Turpin brinca com a filhinha após ser
eliminado. Na seqüência, o telespectador é informado da morte
de Turpin (cometeu suicídio).
Brasil 1
Popó não enfrentará mais em sua próxima luta o campeão dos leves
da AMB, Juan Diaz, por causa de: 1) problemas de Diaz com seu promotor; 2) falta de datas da ESPN, que transmitiria o combate. Depende da pessoa com quem conversar. O certo é que a equipe de Popó
negocia luta com o segundo do ranking dos leves da OMB, o australiano Michael Katsidis, para 19 de novembro ou 3 de janeiro. A data
que não for usada por Popó será preenchida por Valdemir Pereira, o
Sertão, que disputará o cinturão vago dos penas pela FIB.
Brasil 2
O campeão brasileiro dos pesos-pesados pela CBB, George Arias,
volta aos ringues no próximo dia 24, em Montemor (SP), com transmissão da BandSports. Ele disputará o título do CNB.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Pingue-pongue: Medalha veio na raça e no preparo físico, diz judoca Próximo Texto: Futebol - Mário Magalhães: Sonho do Sarriá renasce na Alemanha Índice
|