São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2005

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BOXE

Reality show

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

"The Contender" ("O Desafiante"), o reality show sobre boxe, quem diria, foi capa da tradicionalíssima publicação "The Ring", o que de uma certa forma legitima o programa.
Não deixou de ser surpresa.
Afinal, antes de o programa estrear, os mais puristas, como é o meu caso, torceram o nariz. Seus lutadores estão prontos para desafiar os tops da categoria dos médios? Não. Porém o show tem as suas qualidades. É divertido.
É interessante observar os pugilistas quando estão no papel de matchmakers (profissional que promove o "casamento" das lutas) e qual a lógica que utilizam.
Como quando Peter Manfredo poupou Joey Gilbert, que perdeu de propósito uma tarefa para ele, o que rendeu um carro a Manfredo (que faz a grande final contra Sergio "The Latin Snake" Mora, em um programa especial de duas horas a ser exibido no Brasil na próxima terça-feira, às 22h, pelo canal a cabo People & Arts).
Ou quando um dos lutadores deixou de escalar Anthony Bonsante para uma luta por estar lesionado. Ou ainda quando os semifinalistas definiram o emparceiramento de suas lutas de forma a promover uma revanche entre os dois únicos "sobreviventes" que já haviam se enfrentado.
Até o que não tem a ver diretamente com as atividades no ringue integrava uma estratégia. Como quando um grupo votou pela volta do arrogante Ahmed Kaddour para tumultuar o ambiente.
Comentaram que as lutas parecem ensaiadas, pois a maioria chega praticamente empatada no quinto assalto. É que elas foram editadas. Golpes que só raspavam as luvas do rival davam a impressão de ser devastadores, pelo uso de efeitos sonoros e de mescla de imagens em câmera lenta e velocidade normal (preste atenção).
O grande diferencial em relação aos outros reality shows é que as eliminações não são definidas por votação, porém dentro do ringue.
Ganha quem for mesmo o mais espontâneo (no ringue).
O projeto foi abandonado pela rede norte-americana NBC. Mas Mark Burnett, criador da série (e também de "O Aprendiz"), já anunciou que a segunda temporada será produzida em parceria com a ESPN, no próximo ano. A assessoria da People & Arts diz que é provável que o canal exiba a segunda temporada, já que a emissora tem acordo direto com Burnett, o que facilitaria a aquisição dos direitos do segundo ano.
Outra boa notícia é que Burnett deixará as (ridículas) tarefas e intervenções filosóficas do produtor-executivo Sylvester Stallone de lado e se concentrará no boxe.
Afinal, alguém suportava cenas como aquela na qual Sly ensina, ao caminhar em uma estrada deserta, "na vida, todos caem; o importante é saber se levantar"?
Ou a vinheta na qual Stallone constata que "no primeiro programa Alfonso Gomes, o mais fraco do grupo, derrotou Peter Manfredo, o mais forte. E então pensei: na vida tudo pode acontecer".
O momento mais dramático? Talvez a cena em que Najai Turpin brinca com a filhinha após ser eliminado. Na seqüência, o telespectador é informado da morte de Turpin (cometeu suicídio).

Brasil 1
Popó não enfrentará mais em sua próxima luta o campeão dos leves da AMB, Juan Diaz, por causa de: 1) problemas de Diaz com seu promotor; 2) falta de datas da ESPN, que transmitiria o combate. Depende da pessoa com quem conversar. O certo é que a equipe de Popó negocia luta com o segundo do ranking dos leves da OMB, o australiano Michael Katsidis, para 19 de novembro ou 3 de janeiro. A data que não for usada por Popó será preenchida por Valdemir Pereira, o Sertão, que disputará o cinturão vago dos penas pela FIB.

Brasil 2
O campeão brasileiro dos pesos-pesados pela CBB, George Arias, volta aos ringues no próximo dia 24, em Montemor (SP), com transmissão da BandSports. Ele disputará o título do CNB.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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