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Seleção é figurante em Chicago
Equipe acaba ofuscada por beisebol, futebol americano e até Bill Clinton
Time de Dunga, ex-jogador que viveu seu auge nos EUA, treina fora da cidade para só mil pessoas e experimenta sensação de coadjuvante
DO ENVIADO A CHICAGO
Bill Clinton, um time meia-boca de beisebol e o futebol
americano universitário. Essa
combinação foi demais para a
seleção brasileira, que assim teve dois dias atípicos em Chicago antes do amistoso contra os
EUA. Acostumado a ser o centro das atenções por onde passa, o time nacional teve seus
dias de coadjuvante na cidade.
Na porta do hotel, localizado
em uma das regiões mais movimentadas da cidade, pouco
mais de uma dezena de torcedores -quase todos brasileiros- tentavam chegar perto da
equipe, que não se apresenta
nos EUA desde 2001.
A imagem contrastava com o
que acontecia do outro lado da
rua. Uma multidão fazia fila e
tentava uma imagem do ex-presidente americano Bill Clinton, que lançava um livro.
A movimentação dos integrantes da seleção causou menos alvoroço do que a dos jogadores do Minessota Twins, time da liga de beisebol que está
no mesmo hotel. Quando apareciam, os jogadores da equipe,
que tem apenas a oitava melhor
campanha de sua divisão, eram
perseguidos por um batalhão
de caçadores de autógrafos.
No hotel, Dunga deu sua entrevista coletiva bem ao lado de
salões onde acontecia uma festa de casamento -nenhum dos
convidados da festa mostrou
surpresa com a presença do
técnico brasileira.
O futebol americano, paixão
local, também mudou a tradicional programação dos amistosos da seleção. O Soldier
Field, palco do amistoso de hoje, estava reservado para um
choque de equipes universitárias. O jeito foi então usar um
estádio fora de Chicago. Os organizadores cobraram US$ 20
de quem quisesse assistir a prática. E o resultado foi ruim.
Cerca de mil torcedores estiveram presentes, uma ninharia
para quem já treinou com 30
mil torcedores, como aconteceu na Hungria em 2004.
Com esse cenário, Dunga revê um país onde teve seus melhores momentos como jogador da seleção.
Foi nos EUA que ele ganhou
uma medalha de prata olímpica, em Los Angeles-84. Foi lá
também que se firmou como titular da seleção de Carlos Alberto Parreira em uma excursão em 1993. E, principalmente, levantou a taça de campeão
do mundo como capitão do time de 1994. ""É bom voltar aqui,
mas a seleção tem que ganhar
em qualquer lugar", disse.
(PAULO COBOS)
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