São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Seleção é figurante em Chicago

Equipe acaba ofuscada por beisebol, futebol americano e até Bill Clinton

Time de Dunga, ex-jogador que viveu seu auge nos EUA, treina fora da cidade para só mil pessoas e experimenta sensação de coadjuvante

DO ENVIADO A CHICAGO

Bill Clinton, um time meia-boca de beisebol e o futebol americano universitário. Essa combinação foi demais para a seleção brasileira, que assim teve dois dias atípicos em Chicago antes do amistoso contra os EUA. Acostumado a ser o centro das atenções por onde passa, o time nacional teve seus dias de coadjuvante na cidade.
Na porta do hotel, localizado em uma das regiões mais movimentadas da cidade, pouco mais de uma dezena de torcedores -quase todos brasileiros- tentavam chegar perto da equipe, que não se apresenta nos EUA desde 2001.
A imagem contrastava com o que acontecia do outro lado da rua. Uma multidão fazia fila e tentava uma imagem do ex-presidente americano Bill Clinton, que lançava um livro.
A movimentação dos integrantes da seleção causou menos alvoroço do que a dos jogadores do Minessota Twins, time da liga de beisebol que está no mesmo hotel. Quando apareciam, os jogadores da equipe, que tem apenas a oitava melhor campanha de sua divisão, eram perseguidos por um batalhão de caçadores de autógrafos.
No hotel, Dunga deu sua entrevista coletiva bem ao lado de salões onde acontecia uma festa de casamento -nenhum dos convidados da festa mostrou surpresa com a presença do técnico brasileira.
O futebol americano, paixão local, também mudou a tradicional programação dos amistosos da seleção. O Soldier Field, palco do amistoso de hoje, estava reservado para um choque de equipes universitárias. O jeito foi então usar um estádio fora de Chicago. Os organizadores cobraram US$ 20 de quem quisesse assistir a prática. E o resultado foi ruim.
Cerca de mil torcedores estiveram presentes, uma ninharia para quem já treinou com 30 mil torcedores, como aconteceu na Hungria em 2004.
Com esse cenário, Dunga revê um país onde teve seus melhores momentos como jogador da seleção.
Foi nos EUA que ele ganhou uma medalha de prata olímpica, em Los Angeles-84. Foi lá também que se firmou como titular da seleção de Carlos Alberto Parreira em uma excursão em 1993. E, principalmente, levantou a taça de campeão do mundo como capitão do time de 1994. ""É bom voltar aqui, mas a seleção tem que ganhar em qualquer lugar", disse.
(PAULO COBOS)


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